Luis Manuel Otero Alcántara é um ativista e artista independente cubano, nascido em Cuba em 2 de dezembro de 1987. Conhecido por suas performances que denunciam a gestão do governo e sua política, é líder e integrante do Movimento San Isidro. Este movimento, formado por um coletivo de artistas e criadores, tem como objetivo promover, proteger e defender os direitos civis e culturais em Cuba.
Otero sofreu, como tantos ativistas cubanos, numerosas detenções por parte da polícia cubana e da Segurança do Estado. Recentemente, foi notícia devido ao hackeamento da conta no Facebook do Movimento San Isidro (agosto de 2020) e à publicação de fotos íntimas do artista com a intenção de denegrir sua imagem, o que resultou em múltiplas demonstrações de apoio por parte de seus seguidores.
Em fevereiro de 2020, Otero percorreu a cidade para denunciar o estado de deterioração das construções e fez uma performance que visava chamar a atenção para os desabamentos, mencionando a trágica morte de 3 meninas após o desabamento de uma varanda sobre elas no bairro de Jesús María, em Havana Velha. Por essa ação, Otero foi detido.
Em março daquele mesmo ano, foi detido quando se dirigia a uma "beijada" em frente ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão devido à censura de um beijo gay no filme Love, Simón. Nesta ocasião, dezenas de artistas (Silvio Rodríguez, Pedro Luis Ferrer, Carlos Varela, Athanai, Yotuel (Orishas), o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA, Michael G. Kozak, e a Organização Anistia Internacional, entre outros) uniram-se ao pedido de libertação do cubano, que havia sido encarcerado por mais de 2 semanas e com a ameaça de receber uma pena de entre dois e cinco anos de prisão por suposto crime de danos à propriedade. A respeito dessas petições de libertação, Diaz Canel afirmou que “os artistas cubanos devem estar dentro da revolução".
Em 2019, Otero Alcántara foi convocado pela Segurança do Estado exatamente no dia em que os Reis da Espanha iniciaram sua visita oficial à Ilha e foi detido sob a acusação de crime de “desordem pública”.
Alcántara tem sido alvo em muitas ocasiões de ataques por parte da imprensa oficial cubana, de um setor de artistas que apoiam o governo e pela presidenta do Conselho Nacional das Artes Plásticas, Norma Rodríguez Derivet.
