
Vídeos relacionados:
A organização Amnistia Internacional (AI) denunciou a atuação do regime de Cuba no processo de libertação de 553 presos, anunciado após um acordo entre Washington e Havana, mediado pelo Vaticano e revelado nos últimos dias da administração de Joe Biden.
A um mês de se conhecerem as excarcelacoes, centenas de pessoas continuam presas por exercerem seus direitos humanos. Exigimos sua libertação imediata e incondicional, publicou o grupo na rede social X.
Ana Piquer, diretora para as Américas da AI, condenou as “irregularidades” e a “falta de transparência” das autoridades cubanas. "Não reconheceram a existência de pessoas detidas por razões políticas" nem "publicaram uma lista de nomes de quem será incluído neste processo", mencionou sobre o tema a agência EFE.
Piquer também denunciou que o governo da ilha não tem mostrado vontade de garantir uma "liberdade imediata e incondicional" para presos de consciência - assim os qualifica a AI - como Luis Manuel Otero Alcántara, Maykel Castillo (Osorbo), Loreto Hernández, Roberto Pérez Fonseca ou Saylí Navarro.
Um processo opaco e politizado
O anúncio das excarceliações chegou após a decisão dos Estados Unidos de retirar Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, uma medida tomada por Biden antes de deixar o cargo. No entanto, Havana nunca vinculou oficialmente a lista terrorista com as liberações, embora Washington tenha insinuado uma relação entre ambas as ações.
Desde 21 de janeiro, um dia depois que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reintegrou Cuba na lista, não foram registradas novas excarceraciones.
A IA teme que a decisão de Trump tenha interrompido o processo e alerta sobre a "possível cancelamento ou pausa" das liberações, o que demonstraria que "as pessoas presas por razões políticas foram mais uma vez utilizadas de maneira desumanizadora, como peças de troca em um jogo político".
Balanço das excarcelizações
Até o momento, segundo a Anistia Internacional, um total de 172 prisioneiros foram libertados e outros nove receberam alterações em suas condenações. Entre os beneficiados estão opositores históricos como Félix Navarro e José Daniel Ferrer, bem como ativistas como Pedro Albert Sánchez, Luis Robles e a Dama de Branco Tania Echeverría.
No obstante, numerosos presos considerados políticos continuam encarcerados, entre eles figuras de reconhecimento internacional como os artistas e ativistas Luis Manuel Otero Alcántara e Maykel Osorbo.
A organização reiterou sua exigência ao governo comunista de Miguel Díaz-Canel para que libere de forma imediata e incondicional a todas as pessoas encarceradas por exercerem seus direitos humanos e denunciou que o regime continua reprimindo qualquer forma de dissidência no país.
Perguntas Frequentes sobre a Situação dos Prisioneiros Políticos em Cuba
Qual tem sido a postura da Anistia Internacional sobre os presos políticos em Cuba?
A Amnistia Internacional denunciou o uso de presos políticos como "moeda de troca" pelo regime cubano e exigiu sua libertação imediata e incondicional. A organização destacou a falta de transparência no processo de libertação e a persistente repressão à dissidência em Cuba.
Qual é a relação entre a libertação de prisioneiros em Cuba e a lista de países patrocinadores do terrorismo?
A libertação de presos em Cuba coincidiu com a decisão de Joe Biden de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. Embora o regime cubano não tenha oficialmente ligado ambas as ações, houve insinuações de que as liberações estão relacionadas com a decisão dos Estados Unidos de modificar sua política em relação à ilha.
Quantos prisioneiros foram liberados no âmbito do acordo entre Cuba e o Vaticano?
Até o momento, segundo a Anistia Internacional, 172 prisioneiros foram libertados e outros nove tiveram suas penas modificadas. No entanto, um grande número de pessoas consideradas prisioneiros políticos continua na prisão.
O que aconteceu com as libertações após o retorno de Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo?
Desde a reincorporação de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo por parte de Donald Trump, as liberações foram interrompidas ou desaceleradas. Isso gerou preocupações sobre a cancelamento ou pausa do processo de libertação de prisioneiros políticos.
Arquivado em: