As autoridades da prisão de segurança máxima de Guanajay, em Artemisa, proibiram o artista cubano Luis Manuel Otero Alcántara de levar seus desenhos para fora da prisão, desde que algumas de suas obras foram expostas em Miami.
"Ele está pintando, mas não é permitido que leve os desenhos para fora. Nós fornecemos todos os materiais, mas esses desenhos não podem sair da prisão. Isso aconteceu depois da última exposição que fizemos", disse Claudia Genlui, curadora de arte, à Martí Noticias.
Otero Alcántara é um prisioneiro político em Cuba. Ele é uma figura internacionalmente conhecida por ser o fundador do Movimento San Isidro (MSI).
O jovem artista cubano está na prisão desde 11 de julho de 2021, quando tentou se juntar às manifestações antigovernamentais que ocorreram em Havana e em outras cidades do país.
No verão de 2022, Otero foi condenado a cinco anos de prisão por um suposto caso de distúrbios públicos, desacato e ultraje aos símbolos pátrios. Na prisão, ele manteve sua postura contrária ao regime e protestou com greves de fome para exigir seus direitos.
Durante sua última greve de fome, Luis Manuel estava sozinho em sua cela, evidentemente com a intenção de pressioná-lo psicologicamente e criar uma sensação de desamparo e esquecimento", explicou Genlui.
Genlui mantém contato com Otero Alcántara duas vezes por semana. Segundo ela, "atualmente ele está mais estável de saúde. Ele permanece conectado com o exterior, desenvolvendo novas ideias artísticas e projetos para ativar a consciência e promover a liberdade de Cuba".
Ativistas cubanos solicitaram apoio da comunidade internacional em favor de Otero Alcántara e do rapper Maykel Castillo (El Osorbo), condenados a cinco e nove anos de prisão, respectivamente.
O rapper, vencedor do Latin Grammy por "Patria y Vida", foi condenado por desacato, tentativa de atentado, distúrbios públicos e difamação de instituições do estado. Ele está cumprindo sua pena na prisão de segurança máxima Kilo 8, em Pinar del Río.
"Temos acompanhado a sua situação semana a semana. Maykel passa muito tempo escrevendo, uma atividade solitária devido à constante vigilância e perigo", afirmou Anamely Ramos, que também descreveu uma recente agressão sofrida pelo artista na prisão, que resultou em uma ferida profunda.
Ramos denunciou que o regime está utilizando os presos comuns contra os presos políticos, causando danos específicos e criando confrontos entre eles.
Os casos de ambos presos políticos são um exemplo da repressão e também um exemplo da luta pela liberdade de expressão em Cuba.
O que você acha?
ComentárioArquivado em: