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O jovem cubano Leonardo Romero Negrín foi detido na terça-feira à tarde por exercer seu direito à protesta pacífica no parque central de Havana, segundo denunciado por familiares e amigos.
Em imagens divulgadas na rede social Facebook, vê-se Leonardo, desarmado e segurando um cartaz em branco, manifestando sua inconformidade de maneira silenciosa, mas impactante.
Em um post, Lisbeth Moya González expôs que Leonardo foi interceptado e acabou sendo agredido durante sua detenção.
“Protestar em Cuba hoje é um ato enorme de dignidade. Leo não está sozinho. Todos estamos atentos a ele. Hoje não se pode dormir e, quanto mais as horas passam, maior será a pressão que exerceremos. ¡Leo livre já!”, expressou Moya em busca de um apelo à solidariedade e à ação contra a repressão.
Após ser retido na estação de polícia de Dragones e depois de sentir a pressão de pessoas próximas a Leonardo, o regime decidiu liberá-lo, embora tenha imposto acusações e a reclusão domiciliar, apesar de não ter cometido nenhum crime, uma vez que apenas exerceu um direito universal, de acordo com a publicação de Miryorly García.
García acrescentou que exigem que sejam investigados os incidentes em que o jovem foi agredido e sofreu lesões na mão, e pedem que deixem Leonardo em paz, advertindo: "Até quando continuaremos tolerando esses abusos?".
Raymar Aguado Hernández igual deixou evidências no Facebook dos abusos da ditadura contra o jovem.
A detenção de Leonardo evidencia as tensões atuais em Cuba, onde manifestar pacificamente um descontentamento, até mesmo com gestos simbólicos como um cartaz em branco, se torna um desafio à autoridade.
Leonardo Romero e sua história contra a ditadura
Em 2022, Leonardo Romero Negrín anunciou sua saída da Universidade de Havana onde cursava a Licenciatura em Física e afirmou que não seria cúmplice do que acontece em Cuba.
Nesse momento, Romero Negrín afirmou que o silêncio não pode ser a solução e que conhece bem as consequências que sua decisão pode trazer para ele e sua família, agora expostas às represálias do regime.
Explicou que sua decisão de deixar o centro de estudos “é apenas um lembrete à comunidade universitária de que a juventude é o bem mais precioso que uma sociedade possui”, e agradeceu àqueles que falavam sem medo da repressão, do assédio e do hostigamento da Segurança do Estado.
Antes de decidir abandonar seus estudos, em maio de 2021, Romero também esteve preso durante algumas horas depois de sair com um cartaz pedindo o fim da repressão na rua Obispo.
O jovem se juntou a outros cubanos que exigiram o fim do cerco policial em San Isidro e que lhes fosse permitido ver o preso político e artista Luis Manuel Otero Alcántara, que estava em estado de saúde crítico após sete dias de greve de fome e sede.
Perguntas Frequentes sobre a Repressão e Protestos em Cuba
Por que Leonardo Romero Negrín foi detido em Havana?
Leonardo Romero Negrín foi detido por protestar pacificamente com um cartaz em branco no parque central de Havana. Apesar de não ter cometido nenhum crime, o regime o liberou sob prisão domiciliar e lhe impôs acusações. Essa detenção é um reflexo da repressão sistemática contra qualquer forma de dissidência em Cuba.
O que representa um cartaz em branco como forma de protesto em Cuba?
Um cartaz em branco é uma forma de protesto simbólico que representa o silêncio imposto pelo regime cubano e a censura. Manifestar-se com um cartaz em branco é uma maneira de expressar descontentamento sem palavras, ressaltando a falta de liberdade de expressão na ilha.
Como a comunidade tem respondido à detenção de manifestantes pacíficos em Cuba?
A comunidade respondeu com solidariedade e pressão social diante das detenções arbitrárias. Amigos e familiares dos detidos têm usado as redes sociais para denunciar os abusos e exigir a libertação dos manifestantes, como no caso de Leonardo Romero Negrín. Essas ações buscam evidenciar a repressão e promover a resistência pacífica.
Qual é o impacto da repressão na juventude cubana?
A repressão tem um impacto significativo na juventude cubana, promovendo um clima de medo e autocensura. No entanto, também tem incentivado muitos jovens, como Leonardo Romero Negrín, a adotar uma postura ativa em defesa de seus direitos e a criticar abertamente o regime, apesar das possíveis represálias.
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