Vídeos relacionados:
A organização Amnistía Internacional (AI) exigiu ao regime cubano a liberação imediata de todos os prisioneiros políticos em Cuba, após o anúncio nesta terça-feira da libertação de 553 detentos, no âmbito de um acordo alcançado após negociações com o governo dos Estados Unidos e a mediação do Vaticano.
“Diante do anúncio do governo cubano de conceder benefícios penais a 553 pessoas, exigimos a liberação imediata de todas as pessoas injustamente encarceradas por exercerem seus direitos em Cuba, particularmente as pessoas prisioneiras de consciência”, declarou em um comunicado divulgado através da rede social X.
A Anistia Internacional lembrou que atualmente mais de 600 pessoas estão detidas por sua participação em protestos desde 2021 e sublinhou que os prisioneiros de consciência Luis Manuel Otero Alcántara, Maykel Castillo Pérez (Osorbo), José Daniel Ferrer García, Loreto Hernández García, Donaida Pérez Paseiro, Roberto Pérez Fonseca, Félix Navarro, Sayli Navarro e Luis Robles continuam privados de liberdade.
Pessoas encarceradas por exercer seus direitos humanos nunca deveriam ter sido criminalizadas, Liberem-nas JÁ, advertiu a organização não governamental.
“O governo cubano deve pôr fim à repressão e garantir os direitos à liberdade de expressão, associação e reunião pacífica; assim como revogar leis repressivas que criminalizam a protesto pacífico, a liberdade de expressão e associação”, destacou o comunicado.
A menos de uma semana para concluir seu mandato, a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, retirou nesta terça-feira Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e suspendeu o Título III da Lei Helms-Burton, após a mediação da Igreja Católica, em um acordo que incluiu a libertação de um “número significativo de presos políticos” na ilha.
Segundo Martí Notícias, um alto funcionário dos Estados Unidos afirmou que se tratava de uma decisão unilateral que previa uma promessa do regime de Havana à Igreja Católica para libertar os prisioneiros políticos.
Pouco depois de a Casa Branca anunciar as medidas, o governo cubano informou a liberação de 553 pessoas sancionadas.
Um comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores (Minrex) destacou que a decisão ocorreu no contexto do Jubileu Ordinário de 2025 declarado pelo Papa Francisco e fazia parte das “estreitas e fluidas relações” entre o Estado cubano e o Vaticano, mas não mencionou o acordo com a administração americana.
Em dezembro, Washington havia anunciado que mantinha Cuba como país patrocinador do terrorismo em seu relatório de 2023. No entanto, a história deu uma guinada de 180 graus poucos dias antes do retorno de Trump à Casa Branca.
Biden também eliminará a chamada “lista restrita”, uma relação de entidades de Cuba sujeitas a proibições de certas transações financeiras devido aos seus vínculos com as violações dos direitos humanos cometidas pelos militares cubanos.
Perguntas frequentes sobre a libertação de prisioneiros políticos em Cuba e o papel da Anistia Internacional
O que a Anistia Internacional exigiu em relação aos prisioneiros políticos em Cuba?
A Amnistia Internacional exigiu a libertação imediata de todos os presos políticos em Cuba, destacando a injustiça de seu encarceramento por exercerem seus direitos humanos. A organização sublinhou a necessidade de revogar leis repressivas e garantir a liberdade de expressão, associação e reunião pacífica na ilha.
Quantos presos serão liberados após o acordo entre Cuba e Estados Unidos?
O governo cubano anunciou a liberação de 553 pessoas como parte de um acordo alcançado com os Estados Unidos e a mediação do Vaticano. No entanto, não foi especificado quantos dos detentos que serão liberados são prisioneiros políticos, segundo denunciam organizações de direitos humanos.
Como a decisão dos Estados Unidos de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo influenciou?
A decisão dos Estados Unidos de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo foi tomada no âmbito de um acordo que inclui a libertação de um número significativo de presos políticos. Essa medida busca aliviar as relações entre os dois países, embora tenha sido criticada por políticos republicanos que a consideram inaceitável.
Que papel o Vaticano desempenhou na libertação de presos em Cuba?
O Vaticano intercedeu nas negociações entre Cuba e os Estados Unidos, facilitando um acordo que inclui a libertação de presos políticos na ilha. O governo cubano destacou as "estreitas e fluidas" relações com a Santa Sé e o papel do Papa Francisco neste processo.
Arquivado em: