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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi destacado por POLITICO como a figura mais poderosa (ou influente) da Europa este ano.
De acordo com o POLITICO, a eleição baseia-se em uma avaliação anual que o meio elabora a partir da opinião de seus principais jornalistas e influentes europeus, e que —como esclarece a própria publicação— não pretende ser um prêmio nem um apoio, mas sim um “reconhecimento objetivo” da realidade política do continente.
A escolha se explica principalmente porque a administrção Trump se posicionou como o “mediador indispensável” entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, na tentativa de pôr fim à guerra iniciada após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
O meio enfatiza, no entanto, que influenciar no processo não equivale a influenciar no resultado.
Em uma entrevista de 45 minutos na Casa Branca, realizada na segunda-feira com a chefe do escritório da Casa Branca da POLITICO, Dasha Burns, Trump — segundo o texto — minimizou a designação, mas afirmou que aceitou conversar com um meio ao qual às vezes olha com ceticismo porque seu critério coincidia com sua própria visão: que “o político europeu mais importante” já não é europeu e que, cada vez mais, a ele “nem mesmo gosta muito daquele lugar”.
Durante a conversa, Trump fez uma série de críticas sobre a Europa centradas —segundo o POLITICO— em imigração, criminalidade, “conversas sem sentido” e “fragilidade”, no que o meio descreve como um fluxo constante de “críticas, insultos e advertências” apresentados pelo mandatário como conselhos para evitar um declínio.
Burns perguntou se se tratava de “amor duro” ou desprezo; Trump não respondeu com precisão, mas afirmou: “Acho que são fracos… A Europa não sabe o que fazer.”
POLITICO acrescenta que, quando Trump menciona “Europa”, ele distingue entre regiões: a Europa Ocidental seria o principal alvo de suas críticas, com referências a cidades como Paris e Londres, além de críticas diretas ao prefeito londrino Sadiq Khan.
Em contraste, o texto indica que o presidente se mostrou mais generoso com vários países da Europa Oriental, elogiando novamente o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e sua postura anti-imigração, afirmando que trabalha bem com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan; também teve palavras amigáveis para a Polônia por limitar a imigração, sempre segundo a crônica do meio.
Sobre a guerra na Ucrânia, o artigo menciona que Trump reconheceu que o que havia apresentado como fácil de resolver durante a campanha de 2024 não o foi.
“Este é difícil”, disse, atribuindo-o ao “nível de ódio” entre Putin e Zelenskyy. Também responsabilizou pelo conflito seus dois predecessores, Barack Obama e Joe Biden, e afirmou que, se não tivesse ganho um segundo mandato, o cenário “poderia ter evoluído para a Terceira Guerra Mundial”, segundo o texto.
A publicação situa a entrevista em um momento que qualifica de instável para a aliança entre os Estados Unidos e a Europa “desde há quase oito décadas” após a Segunda Guerra Mundial, e menciona um debate interno em sua redação sobre o quanto a nova Estratégia de Segurança Nacional publicada pela Casa Branca na semana anterior refletia Trump, embora sustente que em seus fundamentos ideológicos e culturais ele seria seu “autor principal”.
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