Propagandistas do castrismo viajam para a Venezuela em plena escalada de tensões com os EUA.



Os delegados, provenientes de Cuba, Nicarágua, Bolívia e outros países aliados do eixo socialista, foram recebidos com bandeiras e slogans contra os Estados Unidos.

Cubanos na VenezuelaFoto © Facebook

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Mais de 500 ativistas, funcionários e propagandistas alinhados com o castrismo viajaram esta semana para Caracas, Venezuela, para participar da chamada Assembleia dos Povos pela Soberania e pela Paz, um evento organizado pelo regime de Nicolás Maduro em meio à crescente tensão entre Caracas e Washington devido à presença militar no mar do Caribe.

Os delegados, procedentes de Cuba, Nicarágua, Bolívia e outros países aliados do eixo socialista, foram recebidos com bandeiras e slogans contra os Estados Unidos, conforme reportou o canal estatal Canal Caribe, porta-voz do regime cubano.

No ato inaugural, a ativista venezuelana Teresa Carrasquel celebrou a chegada de “mais de mil irmãs e irmãos do mundo” e chamou a fortalecer “as estruturas dos povos livres e soberanos para enfrentar qualquer tipo de agressão”.

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“La paz não é silêncio, é a voz firme dos povos unidos”, declarou Carrasquel diante de representantes de movimentos sociais e delegações estrangeiras, entre elas várias cubanas ligadas à União de Jovens Comunistas (UJC) e ao Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP).

O evento coincide com uma escalada diplomática entre os Estados Unidos e a Venezuela, após o presidente Donald Trump anunciar manobras navais conjuntas no Caribe como resposta aos exercícios militares venezuelanos realizados com apoio da Rússia e do Irã.

La Habana, que mantém uma estreita aliança política e militar com Caracas, enviou ao encontro uma delegação liderada por figuras de seu aparato ideológico, entre eles comunicadores do sistema de meios estatais e membros de organizações de massa do regime cubano.

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Analistas consultados por meios independentes consideram que a chamada Assembleia dos Povos é na verdade uma plataforma de propaganda coordenada pelos regimes de Cuba e Venezuela para projetar uma imagem de unidade diante dos Estados Unidos e seus aliados regionais.

O encontro acontece em um momento em que ambos os países enfrentam crises econômicas profundas, sanções internacionais e crescente isolamento diplomático

Durante a jornada, os participantes emitiram uma declaração final na qual expressaram sua “solidariedade com a nação bolivariana e com todos os povos que lutam por sua independência frente ao imperialismo”, e condenaram a “presença militar estadounidense no Caribe”.

As imagens divulgadas pela televisão venezuelana mostraram os participantes entoando slogans em apoio a Maduro, Fidel Castro e à “integração latino-americana socialista”.

A aliança entre Cuba e Venezuela, forjada por Fidel Castro e Hugo Chávez, tem sido fundamental para a sobrevivência política e econômica de ambos os regimes. Em troca de serviços médicos e assessoria política, Caracas tem fornecido, há anos, petróleo subsidiado a Havana, embora os envios tenham diminuído drasticamente nos últimos meses.

Apesar das sanções e das denúncias internacionais por violações dos direitos humanos, ambos os governos continuam a coordenar campanhas de desinformação e atos internacionais de apoio mútuo sob o discurso de “soberania e resistência”.

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