Trump sobre Nicolás Maduro: “Seus dias estão contados”



Trump intensifica a pressão sobre Nicolás Maduro ao afirmar em uma entrevista ao Politico que seus “dias estão contados” e não descarta uma intervenção terrestre na Venezuela, em meio a crescentes tensões e operações militares dos Estados Unidos no Caribe.

Donald Trump e Nicolás Maduro em imagens de arquivo.Foto © Fotos/A Casa Branca e Imprensa Presidencial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a aumentar a tensão do conflito com Caracas ao afirmar que Nicolás Maduro tem os “dias contados” e que uma intervenção terrestre na Venezuela não está fora de cogitação.

Suas declarações, oferecidas em uma entrevista com a jornalista Dasha Burns e publicadas esta terça-feira pelo Politico, chegam no momento mais tenso entre os dois governos em mais de uma década.

Quando a repórter perguntou diretamente até onde ele estava disposto a ir para tirar Maduro do poder, Trump não hesitou: “Seus dias estão contados”. E quando Burns insistiu se uma invasão terrestre poderia ser descartada, o mandatário respondeu: “Não quero confirmar nem descartar”… Por que eu falaria sobre isso com Politico, uma publicação tão hostil comigo?”.

Esse breve intercâmbio foi suficiente para acender os alarmes na região, especialmente após o próprio Trump ter antecipado na semana passada que “muito em breve também começaremos em terra” operações contra o narcotráfico em território venezuelano.

Desde meados do ano, Washington tem realizado a maior operação militar no Caribe em duas décadas. A operação “Lança do Sul” destruiu pelo menos uma vinte de embarcações acusadas de transportar drogas e deixou mais de 80 mortos, que os Estados Unidos qualificam de “narcoterroristas” ligados ao Cartel dos Soles, a suposta rede criminosa que Washington atribui ao entorno de Maduro.

Em paralelo, o Pentágono mantém um cerco naval perto das costas venezuelanas e realiza voos de reconhecimento diários.

A tensão se mistura com sinais contraditórios. Em novembro, Trump e Maduro mantiveram uma conversa telefônica, confirmada por ambos, que, de acordo com fontes citadas pelo The Washington Post, foi “cordial”.

O mandatário americano admitiu que gostaria que Maduro renunciasse, mas não estabeleceu prazos nem ultimátuns. Mesmo assim, a Casa Branca insiste que não reconhece a legitimidade do governante venezuelano.

Caracas não demorou a responder ao novo aviso. “Somos pessoas de paz, mas tenham a absoluta certeza de que vamos lutar”, afirmou Jorge Rodríguez, chefe negociador do chavismo e presidente da Assembleia Nacional.

Desde um ato público em Caracas, advertiu que a Venezuela se defenderá diante de qualquer agressão “por terra, céu ou mar” e acusou os Estados Unidos de querer “uma guerra para devastar o país”.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, foi ainda mais enfático: a determinação de enfrentar os Estados Unidos está “reforçada com armas”, disse, assegurando que a Força Armada Nacional Bolivariana está coesa diante do que ele classificou como “nova agressão militar do imperialismo norte-americano”.

Enquanto Trump afirma que "conhece todas as rotas" e "todas as casas" onde, segundo ele, se produz droga na Venezuela, o chavismo denuncia que Washington busca uma mudança de regime disfarçada de luta antidrogas.

Em meio à retórica bélica, milhões de venezuelanos dentro e fora do país observam com angústia como uma crise que já transbordou o campo político se aproxima perigosamente do terreno militar.

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