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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antecipou que seu discurso diante do Congresso será contundente e direto. "Amanhã à noite será grande! Vou dizer as coisas como são", escreveu nesta segunda-feira em redes sociais.
O post gerou grande expectativa sobre sua intervenção de terça-feira em uma sessão conjunta do Congresso, pois há vários tópicos pendentes, incluindo a guerra na Ucrânia e todo o debate que foi gerado.
No obstante, espera-se que em seu discurso, Trump destaque sua iniciativa para reestruturar o governo por meio do Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo magnata Elon Musk. Essa medida gerou o despedimento de dezenas de milhares de empregados federais e o fechamento de várias agências, provocando múltiplas batalhas legais.
Outro ponto chave serão as tarifas, enquanto a questão migratória certamente também ocupará um espaço importante. Desde seu retorno ao poder, suspendeu o processo de asilo na fronteira sul e tem tentado eliminar a cidadania automática para filhos de imigrantes indocumentados, embora essa última medida tenha sido bloqueada por dois juízes federais.
O que está claro é que o discurso de Trump, sua primeira grande aparição em horário nobre desde que reassumiu o cargo, será acompanhado de perto por seus aliados e detratores, em um contexto de tensão política e econômica nos Estados Unidos.
Assim Trump abalou os Estados Unidos e o mundo
Nos seus primeiros 30 dias desde seu retorno à Casa Branca, Donald Trump desencadeou uma onda de medidas que agitaram o panorama político, econômico e social dos Estados Unidos e do mundo.
Deportações em massa, tarifas comerciais agressivas, uma política externa disruptiva e alianças controversas são apenas alguns dos movimentos mais polêmicos do magnata nova-iorquino no início de seu mandato.
Um primeiro mês marcado pela controvérsia
"A era dourada dos Estados Unidos começa agora", proclamou Trump no dia 20 de janeiro, durante sua posse.
Seu retorno ao poder tem sido tudo, menos discreto: ele assinou 73 ordens executivas.
Órdenes executivas que incluem medidas tão diversas como indultos para os participantes do assalto ao Capitolio, a mudança do nome do Golfo do México, a destituição de fiscais da era Biden e restrições à participação de pessoas transgênero em esportes femininos.
Deportações em massa e uma nova guerra contra a imigração
Uma das primeiras ações de Trump foi declarar uma emergência nacional na fronteira com o México.
Ordenou o envio de 15.000 militares para "assegurar" a fronteira sul e impulsionou detenções em massa de imigrantes indocumentados. Mais de 1.000 pessoas foram deportadas em apenas um mês.
Em um giro ainda mais polêmico, reativou a base naval de Guantânamo, em Cuba, para abrigar imigrantes indocumentados, com capacidade para 30.000 detidos.
Os primeiros deportados já foram trasladados para países como Guatemala e Colômbia, após pressões diplomáticas exercidas com ameaças de impor tarifas comerciais.
Aranceles agressivos e uma guerra comercial global
A política econômica de Trump tem sido dominada pela imposição de tarifas.
El 1 de fevereiro, anunciou um imposto de 25% sobre as importações provenientes do México e do Canadá, condicionado a concessões em matéria de controle de fronteiras e combate ao narcotráfico.
A China, um de seus principais objetivos, recebeu tarifas de 10% que podem chegar até 60%.
Em resposta, o gigante asiático impôs tarifas de 10 a 15% sobre produtos americanos.
A União Europeia também não se livrou: Trump decretou tarifas recíprocas para igualar os impostos que os países europeus aplicam a produtos dos Estados Unidos.
Política externa disruptiva: Ucrânia e Gaza
Em sua promessa de terminar a guerra na Ucrânia, Trump tomou passos polêmicos.
Propôs continuar o apoio militar a Kiev em troca do acesso a minerais estratégicos.
Além disso, suas aproximações com a Rússia excluíram a União Europeia do processo de negociação, deixando a Ucrânia em uma posição vulnerável.
A tensão atingiu um novo nível com declarações incendiárias contra Volodímir Zelenski, a quem chamou de "ditador".
Em Gaza, Trump propôs transformar a Faixa em uma "Riviera do Oriente Médio", deslocando forçosamente a população palestina.
Este plano, apoiado pelo primeiro-ministro israelense Benjamín Netanyahu, foi duramente criticado pela comunidade internacional.
Reativação de algumas sanções contra Cuba e suspensão de programas migratórios chave
Após seu retorno à presidência, Donald Trump implementou uma série de medidas que impactaram as relações entre os Estados Unidos e Cuba, assim como a situação migratória dos cubanos.
No dia 20 de janeiro de 2025, em seu primeiro dia de mandato, Trump revogou a decisão de seu predecessor, Joe Biden, de retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
Além da reintegração de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, a administração Trump intensificou as sanções econômicas contra a ilha.
Estas medidas incluem restrições adicionais no comércio e nas finanças, com o objetivo de pressionar o governo cubano. Como resultado, empresas como Western Union suspenderam suas operações em Cuba, afetando o envio de remessas.
Trump firmou ordens executivas que eliminam o programa de parole humanitário, que permitia a entrada legal e a estadia temporária de migrantes de países como Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela.
Além disso, a aplicação CBP One foi desativada, uma ferramenta utilizada para gerenciar pedidos de asilo e outros trâmites migratórios. Essas ações deixaram milhares de migrantes em um limbo legal, gerando incerteza sobre seu status nos Estados Unidos.
O mais recente golpe aos imigrantes cubanos foi a "pausa administrativa" nos processos migratórios de centenas de milhares de beneficiários de programas como o parole humanitário e a reunificação familiar.
Esta suspensão, justificada por preocupações sobre fraude e segurança, afeta aqueles que esperavam regularizar seu status migratório, deixando-os em uma situação de incerteza em relação ao seu futuro nos Estados Unidos.
Medidas controversas
As políticas ambientais também passaram por uma reviravolta radical, com a eliminação de regulações que restringiam a extração de petróleo e gás. Sob o lema "Fure, fure, fure!", Trump tem promovido uma agenda energética que ignora os avisos sobre as mudanças climáticas.
Ha assinado uma ordem executiva que confere à Casa Branca um controle sem precedentes sobre as agências reguladoras independentes estabelecidas pelo Congresso.
Além disso, pôs fim às ajudas federais para imigrantes indocumentados e tentou eliminar o acesso à cidadania por nascimento.
No âmbito laboral, ordenou demissões em massa na Administração Federal de Aviação (FAA) em meio a uma crescente preocupação com o aumento de acidentes aéreos.
Assim, propôs o fechamento imediato do Departamento de Educação e desmantelou regulamentações de eficiência energética anteriormente impostas pela administração de Joe Biden.
Elon Musk, o novo homem forte na Casa Branca
Elon Musk emergiu como uma figura chave no novo governo.
A cargo do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), tem promovido o fechamento de agências federais e a redução massiva de pessoal, com 75.000 funcionários já fora do sistema.
A eliminação da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) marca o fim da cooperação internacional tradicional dos EUA.
Musk também implementou um sistema para auditar os gastos públicos, com o objetivo de reduzir o déficit fiscal de 2 trilhões de dólares.
Retirada de acordos internacionais e tensões globais
Em um movimento isolacionista, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Também suspendeu a participação dos EUA na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Além disso, desclassificou arquivos relacionados aos assassinatos de John F. Kennedy, Robert F. Kennedy e Martin Luther King Jr., uma medida que pode revelar segredos ocultos por décadas.
Um primeiro mês que mudou o tabuleiro mundial
O primeiro mês de Trump redefiniu as alianças geopolíticas globais, tensionou as relações comerciais com parceiros tradicionais e elevou o risco de conflitos internacionais.
Sua política de "Estados Unidos primeiro" se traduziu em uma abordagem unilateral que colocou em risco as relações multilaterais que historicamente definiram a posição global de Washington.
Com 47 meses pela frente, o mundo observa com incerteza até onde Trump irá em sua tentativa de transformar não apenas os Estados Unidos, mas a ordem mundial.
Perguntas frequentes sobre o discurso de Trump no Congresso e suas políticas
O que se espera do discurso de Donald Trump no Congresso?
Se espera que o discurso de Trump diante do Congresso seja contundente e direto, abordando temas como a guerra na Ucrânia, a reestruturação governamental liderada por Elon Musk, e tópicos migratórios e econômicos como as tarifas. A expectativa é alta devido à sua promessa de "dizer as coisas como são".
Que ações Trump tomou em relação à imigração e como elas afetaram os imigrantes cubanos?
Trump implementou deportações em massa e reativou a base naval de Guantánamo para imigrantes indocumentados. Ele eliminou o programa de autorização humanitária, afetando imigrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, deixando-os em um limbo legal. Essas medidas geraram incerteza e preocupação entre os migrantes cubanos.
Como Elon Musk se envolveu no governo de Trump?
Elon Musk foi nomeado para chefiar o Departamento de Eficiência Governamental, encarregando-se de fechar agências federais e reduzir o pessoal. Ele demitiu 75.000 funcionários e busca auditar os gastos públicos para reduzir o déficit fiscal. Sua influência no governo tem sido alvo de controvérsias devido ao seu papel como empresário privado.
Que medidas econômicas Trump implementou em seu retorno ao poder?
Trump impôs tarifas agressivas às importações do México, Canadá, China e da União Europeia, buscando equilibrar o comércio internacional. Também anunciou uma tarifa de 25% sobre os automóveis importados, o que gerou tensões comerciais e afetou as relações com outros países.
Qual tem sido a postura de Trump em relação à guerra na Ucrânia?
Trump propôs continuar o apoio militar à Ucrânia em troca de acesso a minerais estratégicos, e excluiu a União Europeia do processo de negociação. Ele manteve uma postura crítica em relação a Volodímir Zelenski, o que gerou tensões no contexto internacional.
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