
Vídeos relacionados:
Enquanto a nação caribenha enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história, com escassez de alimentos, medicamentos e um sistema elétrico à beira do colapso, organizações sociais e habitantes de El Salvador se juntarão à chamada “Maratona Mundial de Amor por Cuba”, uma campanha que busca expressar apoio ao regime da ilha e responsabilizar os Estados Unidos pela crise que o país atravessa.
Segundo Prensa Latina, diversos movimentos de solidariedade e setores afins ao governo cubano, assim como os organizadores, manifestaram seu repúdio às políticas de Washington, em particular ao embargo e à inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo.
“Condenamos o genocida bloqueio, medida real que asfixia diretamente o povo cubano, dentro e fora de Cuba, atingindo todas as áreas da sociedade da Ilha,” expressa o documento.
O texto também destaca que a política externa de Cuba se fundamenta na assistência humanitária e na cooperação tecnológica, técnica e científica, negando qualquer vínculo com ações contrárias à Carta das Nações Unidas.
No entanto, omite mencionar a falta de liberdades políticas, a repressão à dissidência e o desabastecimento generalizado que têm levado milhares de cubanos a se manifestar nas ruas ou a fugir do país em busca de melhores condições de vida, que são alguns dos principais problemas que afetam a população atualmente.
Da mesma forma, os organizadores denunciaram as medidas aplicadas pelo atual secretário de Estado dos EUA, Marcos Rubio, contra a cooperação médica cubana, argumentando que essas medidas afetam tanto a ilha quanto os países que recebem essa ajuda.
Oportunamente, omitiram mencionar que a chamada cooperação médica cubana é, na verdade, um mecanismo do regime para exportar profissionais de saúde sob condições de exploração equiparáveis à escravidão moderna. Além disso, se algum deles decidir desertar, enfrenta a possibilidade de ser encarcerado caso retorne à ilha.
De acordo com a nota publicada pela Prensa Latina, os organizadores da maratona em El Salvador também criticaram a política de restrições aos voos entre os dois países e as limitações às remessas enviadas do exterior.
O evento, que se realizará na Praça Francisco Morazán em San Salvador, foi convocado pelo Capítulo Cuba, movimentos de solidariedade em diferentes departamentos do país, Operação Milagro e grupos de veteranos e deficientes de guerra.
Em dezembro passado, o jornal oficialista Granma destacou os preparativos desta iniciativa, promovida pela Rede Continental Latino-Americana e Caribenha de Solidariedade com Cuba e as Causas Justas.
Segundo seus organizadores, a intenção é articular os esforços de apoio ao regime ao longo de 2025, utilizando o aniversário de 65 anos do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) como pretexto para estender a campanha a outros continentes.
Desde a sede do ICAP, seu presidente Fernando González Llort, um dos espiões cubanos liberados em 2014 e declarado Herói da República, reconheceu que a iniciativa terá um forte componente político, apontando que servirá para enfrentar o retorno de Donald Trump à Casa Branca e as "campanhas midiáticas" contra Cuba.
Também insistiu que o objetivo da maratona é reforçar a narrativa oficial sobre o embargo americano e mobilizar apoio internacional em um momento crítico para o regime.
González Llort fez um apelo para que a campanha sirva para fortalecer etiquetas publicitárias como #CubaNoEstáSola e #TumbaElBloqueo, além de incluir o evento no IX Encontro Continental de Solidariedade com Cuba, previsto para o México em dezembro de 2025.
Embora essa manobra publicitária não tenha sido organizada diretamente pelo regime cubano, contou com sua cumplicidade tácita.
Enquanto isso, a situação dentro da ilha continua se deteriorando, marcada por níveis históricos de migração, um crescente descontentamento social e uma crise econômica sem precedentes que atinge com maior severidade a população.
No entanto, o governo da ilha realmente orquestrou uma "bicicletada antimperialista" com jovens para mostrar apoio à Revolução, em meio a críticas pela crise econômica.
O objetivo foi demonstrar a "força ideológica" dos jovens e comemorar o reinício da "Guerra necessária", ocorrida em 24 de fevereiro de 1895, em um contexto marcado pelo questionamento à gestão governamental da crise econômica e energética no país.
Em fevereiro passado, milhares de pessoas foram mobilizadas para comparecer à Praça da Revolução Mariana Grajales Coello, em Guantánamo, para manifestar seu repúdio às políticas dos Estados Unidos em relação a Cuba.
O evento, orquestrado pelo regime cubano em formato de Tribuna Antimperialista, serviu para reafirmar o "compromisso "revolucionário" com "a defesa da soberania nacional".
Perguntas frequentes sobre o "Maratón Mundial de Amor por Cuba" e a situação atual na ilha
O que é o "Maratón Mundial de Amor por Cuba"?
O "Maratona Mundial de Amor por Cuba" é uma campanha organizada por movimentos de solidariedade e grupos afins ao regime cubano, que busca expressar apoio ao governo da ilha e culpar os Estados Unidos pela crise econômica que atravessa o país. A iniciativa tem um forte componente político e se apresenta como uma estratégia para desviar a atenção da grave situação interna em Cuba.
Como o embargo dos Estados Unidos afeta a situação em Cuba?
O governo cubano culpa o embargo dos Estados Unidos pela crise econômica, incluindo a escassez de alimentos, medicamentos e problemas no sistema elétrico. No entanto, essa narrativa oficial omite mencionar a ineficiência governamental e a repressão política como fatores significativos que contribuem às dificuldades enfrentadas pela população cubana.
Que papel desempenham as missões médicas cubanas na política internacional do regime?
As missões médicas cubanas são utilizadas como um mecanismo de exportação de mão de obra sob condições de exploração, comparáveis à escravidão moderna. Embora Cuba apresente essas missões como uma forma de cooperação humanitária, o regime retém grande parte das receitas geradas e utiliza essas missões como ferramenta política e econômica no âmbito internacional.
Qual é a posição dos Estados Unidos em relação às sanções contra Cuba?
Os Estados Unidos mantiveram e, em alguns casos, intensificaram as sanções contra o regime cubano, como resposta à falta de reformas democráticas e ao contínuo apoio do governo cubano a práticas repressivas e exploradoras, como as missões médicas. As sanções buscam pressionar o regime a realizar mudanças significativas em sua política interna e a melhorar as condições de vida de sua população.
Arquivado em: