O presidente Donald Trump emite uma ordem executiva para ampliar seu poder

A Casa Branca defendeu a ordem executiva, argumentando que busca garantir a prestação de contas ao povo americano.

Donald Trump (Imagem de referência)Foto © X/A Casa Branca

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O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que confere à Casa Branca um controle sem precedentes sobre as agências reguladoras independentes estabelecidas pelo Congresso dos Estados Unidos.

Esta medida, que acelera os esforços de sua administração para centralizar o poder no Executivo, tem implicações significativas na estrutura governamental e na independência dessas entidades.

O decreto assinado por Trump estabelece que agências reguladoras como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC), a Comissão Federal de Comércio (FTC), a Comissão Federal de Comunicações (FCC) e a Junta Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB), entre outras, devem prestar contas diretamente à Casa Branca.

Isto representa uma mudança radical em seu funcionamento, pois essas agências foram criadas de forma independente do Executivo para regular setores-chave da economia e do governo, conforme apontam vários meios de comunicação americanos.

A partir de agora, essas agências deverão apresentar seus projetos de regulamentações à Casa Branca para revisão e aprovação, o que concede ao presidente a capacidade de bloquear iniciativas que não se alinhem com suas prioridades.

Além disso, a ordem especifica que as interpretações da lei feitas pelo presidente e pelo Departamento de Justiça serão vinculativas para todas as agências.

A ordem também permite que o Escritório de Administração e Orçamento (OMB), atualmente dirigido por Russell T. Vought, retenha os fundos destinados a qualquer projeto ou iniciativa que entre em conflito com as políticas de Trump.

Em 2023, Vought declarou que o objetivo de suas propostas para um futuro governo republicano seria: "Identificar os focos de independência e apoderar-se deles".

Justificação da medida

A Casa Branca defendeu a ordem executiva argumentando que visa garantir a responsabilização de todas as agências federais perante o povo americano.

De acordo com o documento, "o Artigo II da Constituição dos Estados Unidos confere todo o poder executivo ao presidente, o que significa que todos os funcionários e empregados do poder executivo estão sujeitos à sua supervisão".

Entre as agências afetadas pela ordem está o Federal Reserve (Fed), cuja independência tem sido um pilar fundamental na política monetária dos EUA.

Embora a ordem não afete sua capacidade de tomar decisões sobre taxas de juros, ela concede ao presidente supervisão sobre outras funções, como a regulamentação de Wall Street e das instituições financeiras.

No passado, Trump expressou sua frustração por não poder influenciar diretamente a política monetária da Fed.

Precedentes e resistências

Esta não é a primeira vez que Trump tenta uma reforma similar.

Durante seu primeiro mandato, sua equipe elaborou um decreto com características semelhantes, mas o próprio presidente nunca chegou a assiná-lo devido às preocupações de seus assessores sobre sua legalidade e o possível impacto negativo nos mercados financeiros.

No entanto, Trump tem defendido consistentemente a ideia de ampliar o poder presidencial.

Em 2017, ao tentar demitir o procurador especial Robert S. Mueller, declarou que o Artigo II da Constituição lhe dava "o direito de fazer o que bem entender como presidente".

Especialistas em direito constitucional alertaram que a ordem de Trump representa um ataque direto à estrutura de governo idealizada pelo Congresso.

A ordem também gerou preocupações entre economistas e políticos que a veem como uma tentativa de erodir a separação de poderes.

A rápida destituição de líderes de agências independentes após a assinatura do decreto reforçou essas preocupações.

Segundo alguns analistas - citados pelo The New York Times - esse movimento poderia resultar em um conflito judicial se o Congresso ou as agências afetadas decidirem contestar a ordem nos tribunais.

Perguntas frequentes sobre a nova ordem executiva de Trump

O que implica a nova ordem executiva de Trump sobre as agências reguladoras?

A nova ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump concede à Casa Branca um controle sem precedentes sobre as agências regulatórias independentes, como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e a Comissão Federal do Comércio (FTC). Essas agências agora devem prestar contas diretamente ao Executivo, o que centraliza o poder na figura do presidente e permite bloquear iniciativas que não se alinhem com as prioridades presidenciais.

Como essa ordem afeta a independência das agências reguladoras?

A ordem executiva representa uma mudança radical no funcionamento das agências reguladoras, que foram criadas com independência do Executivo para regular setores-chave da economia. Agora, suas regulamentações devem ser revisadas e aprovadas pela Casa Branca, o que pode erodir a separação de poderes e o papel do Congresso na supervisão governamental.

Qual será o impacto da nova supervisão presidencial sobre o Federal Reserve?

Embora a ordem não afete a capacidade do Federal Reserve (Fed) de tomar decisões sobre taxas de juros, ela concede ao presidente supervisão sobre outras funções, como a regulação de Wall Street. Isso poderia influenciar áreas-chave da política econômica, um campo em que Trump expressou interesse em ter mais influência.

Quais reações a ordem executiva provocou no âmbito político e econômico?

A ordem executiva gerou preocupações entre especialistas em direito constitucional e economistas, que a veem como uma tentativa de erosionar a separação de poderes e aumentar o controle presidencial sobre o governo. Alguns analistas antecipam possíveis conflitos judiciais caso o Congresso ou as agências afetadas decidam contestar a ordem nos tribunais.

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