Vice-chanceler do regime se reúne com residentes cubanos nos Estados Unidos

As vozes críticas ao regime não foram incluídas no diálogo.

Carlos Fernández de Cossío reunido com residentes cubanos nos EUA.Foto © Collage/Prensa Latina

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Em linha com sua estratégia de aproximação a certos setores da diáspora, o vice-ministro das Relações Exteriores do regime de Havana, Carlos Fernández de Cossío, teve uma reunião com uma representação de cubanos residentes nos Estados Unidos na embaixada da ilha em Washington.

Durante a reunião, da qual foram excluídos ativistas opositores à ditadura, o funcionário abordou o estado atual e as perspectivas das relações entre os dois países. E, como era de se esperar, seguindo a linha do discurso oficial, alertou sobre um possível endurecimento das sanções por parte do governo dos Estados Unidos.

De acordo com a agência Prensa Latina, Fernández de Cossío destacou que há um interesse em reforçar a política de "máxima pressão" implementada durante a administração de Donald Trump (2017-2021) e retomada pelo atual governo.

Segundo o diplomata, alguns setores nos EUA acreditam que o fim do regime cubano está próximo, o que ele qualificou como uma "embriaguez" política; uma ideia que se proclamam com imenso orgulho, apesar da crise sistêmica que atinge o país caribenho, uma porção de terra onde os apagões, a miséria e as preocupações são o verdadeiro pão de cada dia.

De fato, uma frase semelhante foi defendida há apenas alguns dias pelo chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla durante sua intervenção no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Mais do mesmo, apesar da tragédia que as famílias enfrentam.

Uma história que não é nova

O regime tem se empenhado em atrair investimentos de emigrantes. Durante o V Encontro Nacional de Cubanos Residentes nos EUA, realizado em Nova York em setembro de 2024, funcionários do ministério das Relações Exteriores afirmaram que suas propostas seriam bem-vindas, desde que respeitassem a "soberania e unidade" do país.

Aquele evento buscou reunir emigrados favoráveis ao governo cubano e partidários do levantamento do embargo, enquanto as vozes críticas ao regime foram excluídas do diálogo.

Bruno Rodríguez reafirma a posição do regime na ONU

Dias atrás, o chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla reafirmou em Genebra que o regime não contempla mudanças em sua política interna, apesar da grave crise econômica e social que a ilha enfrenta.

Rodríguez responsabilizou o embargo estadunidense pelas dificuldades do povo cubano e reiterou a "resistência" do governo diante das pressões externas.

As declarações do chanceler refletem a postura oficial do regime, que insiste em atribuir a crise interna a fatores externos, sem reconhecer os problemas estruturais e de governança que agravam a situação na ilha.

Tensão em aumento

O restabelecimento de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo por parte dos EUA, uma medida adotada no primeiro dia do mandato de Trump, continua a marcar a relação entre ambas as nações.

A decisão contou com o apoio do atual secretário de Estado, Marco Rubio, que tem defendido sanções mais severas contra o regime cubano.

Enquanto isso, Havana busca o apoio de certos setores da diáspora cubana nos EUA para contrabalançar as sanções e obter investimentos que aliviem sua crise, embora sem ceder em seu modelo político e de controle.

Perguntas frequentes sobre as relações Cuba-EUA e o regime cubano

Por que o regime cubano busca se aproximar de certos setores da diáspora nos EUA?

O regime cubano busca atrair investimentos de emigrados cubanos que sejam favoráveis ao governo e que apoiem a suspensão do embargo. Excluem-se desses contatos os ativistas opositores, uma vez que o regime procura reforçar sua base de apoio e aliviar a crise econômica sem abrir mão de seu modelo político.

Qual é a postura do regime cubano em relação às sanções dos EUA?

O regime cubano culpa o embargo americano pelas suas dificuldades econômicas e sociais, sem reconhecer problemas internos de governança. Essa postura se mantém firme, apesar da grave crise na ilha, e reforça a narrativa de resistência diante das pressões externas.

Como poderia afetar um segundo mandato de Trump as relações entre Cuba e os EUA?

Um segundo mandato de Trump poderia intensificar as sanções econômicas e diplomáticas contra Cuba, o que agravaria a crise econômica na ilha. As medidas poderiam incluir restrições mais severas ao comércio, remessas e turismo, complicando ainda mais as relações bilaterais.

Qual é o impacto da Lei de Ajuste Cubano sobre os migrantes cubanos nos EUA?

A Lei de Ajuste Cubano permite que os cubanos regularizem seu status migratório nos EUA após um ano de permanência no país, concedendo-lhes vantagens significativas em relação a outros grupos migrantes. Esta lei pode protegê-los de deportações em massa no futuro, apesar de um possível endurecimento das políticas migratórias.

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