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O governo de Cuba reafirmou sua permanência em Timor-Leste com a assinatura da vigência do acordo de cooperação médica, em um gesto que demonstra a continuidade da política de exportação de serviços de saúde, apesar das críticas internacionais e da pressão de Washington.
A embaixadora cubana Alina Aldama e o vice-ministro timorense José dos Reis Magno assinaram o documento em Dili, a capital do país asiático, que garante a permanência dos médicos nessa nação, informou a agência oficial Prensa Latina.
No evento estiveram presentes altos funcionários do Ministério da Saúde de Timor-Leste, o chefe da Brigada Médica Cubana, Sergio Rabell, e o ministro-conselheiro Pablo Romero, acrescentou a fonte.
Segundo declarações da embaixada timorense, este convênio tem suas raízes no encontro de 2003 entre o ditador Fidel Castro (1926-2016) e o então presidente (2002-2007) e atual primeiro-ministro Kay Rala Xanana Gusmao, vínculo histórico que o regime de Havana insiste em apresentar como legado político da revolução cubana.
O acordo contempla tanto a assistência médica quanto a formação de profissionais e especialistas sob o modelo cubano de saúde.
A fim de agosto, a ministra da Saúde de Timor-Leste, Elia A.A. dos Reis Amaral, teve um encontro com a diplomata cubana em Dili, onde revisaram o desempenho da cooperação e discutiram estratégias para manter a presença dos médicos, informou Aldama através de seu perfil no Facebook.
O discurso oficial qualificou a reunião de "cordial" e reafirmou a vontade de manter a colaboração médica como símbolo de amizade entre os dois povos.
A ratificação do acordo fortalece uma das principais fontes de divisas para o regime cubano, que tem sido questionado por organismos internacionais e por denúncias de médicos que consideram essas missões como uma forma de exploração laboral disfarçada de solidariedade.
Aqui está uma versão melhorada e com outra redação, mas que mantém a mesma informação:
O governo de Havana ratificou em 13 de agosto sua decisão de manter o envio de brigadas médicas ao exterior, apesar das novas sanções impostas pelos Estados Unidos contra funcionários da ilha e de outros países relacionados com esse programa.
O secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou que Washington aplicará restrições de visto a vários funcionários cubanos, africanos e de Granada, apontados por sua suposta implicação em um esquema de trabalho forçado ligado à exportação de serviços médicos.
Desde Havana, o chanceler Bruno Rodríguez Parrilla rejeitou as medidas, que qualificou como um ato de “imposição e agressão”, e assegurou que Cuba “continuará prestando serviços” de saúde no exterior.
Na mesma linha, o vice-canceler Carlos Fernández de Cossío defendeu que os programas são “absolutamente legítimos” e destacou que “salvam vidas e aliviam comunidades” em dezenas de países.
O governo afirma que se trata de “missões solidárias”, não de exploração laboral, e revelou recentemente no parlamento que mais de 24.000 profissionais de saúde estão trabalhando no exterior sob contratos oficiais.
No entanto, relatórios internacionais e depoimentos de médicos que participaram dessas missões contradizem a narrativa do regime, denunciando condições abusivas e violações de direitos trabalhistas.
Washington e diversas organizações internacionais afirmam que Havana utiliza médicos e outros profissionais de saúde como ferramenta de influência política e fonte de receita, em condições que violam os padrões laborais internacionais.
Al respecto, apontam que o governo de Miguel Díaz-Canel retém grande parte do salário dos profissionais de saúde enviados para missões no exterior e impõe restrições de movimento, o que organizações internacionais e ex-colaboradores têm denunciado como trabalho forçado.
As medidas anunciadas pelos Estados Unidos fazem parte de uma estratégia mais ampla para pressionar o regime cubano e seus aliados, com o objetivo de desmantelar o que considera uma rede internacional de trabalho forçado.
Em junho, Washington já havia aplicado restrições semelhantes contra funcionários centro-americanos vinculados à contratação de médicos cubanos.
Apesar das críticas e sanções, o Governo da ilha reiterou que não renunciará a um de seus programas mais rentáveis e emblemáticos, fundamental para a entrada de divisas e para sua projeção internacional.
Tal modelo deixa milhares de profissionais de saúde enviados forçosamente para o exterior sem voz, sem direitos e sob o controle do aparato estatal, enquanto os médicos que permanecem na ilha devem trabalhar em condições precárias e regulados sem possibilidade de abandonar o país.
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