Médico camagüeyano regulado desafia o regime cubano: "Não te devo nada, exijo minha liberdade"

José Manuel Suárez Villalobos, médico camagüeyano com 28 anos de experiência e três missões internacionalistas, exige sua liberdade após cinco solicitações negadas para sair de Cuba e se reunir com sua família.


Com quase três décadas dedicadas à saúde pública, múltiplas missões internacionalistas e reiterados pedidos de permissão para saída definitiva do país, o médico camagüeyano José Manuel Suárez Villalobos continua lutando por seu direito de sair de Cuba e se reunir com sua família no exterior.

Em um vídeo publicado no TikTok por Cubanos por el Mundo, Suárez Villalobos, cirurgião do hospital Armando Enrique Cardoso, no município de Guáimaro, província de Camagüey, expressou sua indignação pelas restrições que o governo cubano impõe aos profissionais de saúde.

“Por meio deste, dirijo-me a todas as instâncias solicitando justiça e liberdade para com a minha pessoa,” afirmou.

O médico, nascido em 12 de janeiro de 1972, denunciou as regulações ministeriais que limitam a mobilidade dos médicos cubanos, impedindo-os de viajar livremente ou visitar seus familiares. “Eu exijo minha liberdade. Tenho 28 anos de trabalho no setor de saúde, incluindo três missões internacionalistas. Em cinco ocasiões, pedi liberação para poder viver com meus filhos e conhecer meus netos, e sempre me foi negada,” expressou com frustração.

Suárez deixou claro que considera cumprido seu compromisso com o país e questionou a legitimidade das restrições que enfrenta: “Acho que 28 anos de trabalho no setor da saúde é mais do que suficiente para ter cumprido meu dever. Não acredito dever nada a ninguém e exijo minha liberdade” sentenciou.

O caso de Suárez reflete a situação de muitos médicos cubanos que, após anos de serviço ao sistema de saúde pública e participação em missões internacionalistas, se veem presos pelas rigorosas regulamentações que os privam do direito de decidir sobre suas vidas e seu futuro.

Em maio, Suárez declarou ao jornalista Javier Díaz: “Até quando terei que sofrer a punição de ter me tornado médico especialista?”, expressou com indignação, refletindo o sentimento de muitos colegas que o regime obriga a trabalhar em condições precárias, negando-lhes além da possibilidade de sair da ilha.

Captura do Facebook / Javier Díaz

O médico, que se formou na Universidade de Ciências Médicas de Camagüey em 1996, procurou Díaz em um gesto de desespero para que o mundo conheça a violação de suas liberdades, incluindo o direito de entrar e sair livremente de seu país natal.

Suárez relatou que trabalhou em três missões internacionalistas por um salário de 20 USD por mês, e em ocasiões menos, já que na Venezuela ganhava 225 CUC mensais, o que mal cobria suas necessidades básicas.

"Por isso, acredito que contribuí para o país e, se ainda devo algo, isso não deve ser motivo para um castigo tão injusto", apontou o especialista que se encontra preso na ilha, vendo seus entes queridos, incluindo filhos e netos, apenas através da tela de um telefone.

O médico denunciou que em várias ocasiões solicitou ser liberado “das regulamentações ou restrições que me impedem de ter um passaporte e viajar como qualquer cidadão cubano, e isso me foi negado apesar de não ser imprescindível no meu hospital nem no município onde vivo”.

Perguntas frequentes sobre a situação dos médicos em Cuba

Por que o médico José Manuel Suárez Villalobos não pode sair de Cuba?

José Manuel Suárez Villalobos não pode sair de Cuba devido às regulamentações ministeriais que restringem a mobilidade dos profissionais de saúde, impedindo-os de viajar livremente para o exterior. Apesar de seus anos de serviço e missões internacionalistas, seus pedidos para sair do país têm sido repetidamente negados pelo governo cubano.

Qual é a situação geral dos médicos cubanos dentro do sistema de saúde?

Os médicos cubanos enfrentam condições de trabalho precárias, baixos salários e falta de recursos necessários para atender aos pacientes. Além disso, estão sujeitos a restrições de viagem, o que limita sua liberdade de movimento e afeta sua qualidade de vida. Essa situação faz parte de uma crise mais ampla que afeta o sistema de saúde cubano, caracterizado pela escassez de medicamentos e insumos básicos.

Como o governo cubano reagiu às solicitações dos médicos para sair do país?

O governo cubano tem sido inflexível diante das solicitações dos médicos para sair do país, aplicando regulamentações rigorosas que limitem sua mobilidade. Embora o governo elogie publicamente os médicos, na prática impõe restrições severas, mantendo-os em uma situação de virtual "escravidão profissional" ao não permitir que se reunam com suas famílias ou busquem melhores oportunidades no exterior.

Qual é o impacto da situação dos médicos na população cubana?

A situação dos médicos cubanos afeta diretamente a população, já que a falta de pessoal médico qualificado e recursos adequados limita o acesso a atendimento médico de qualidade. A escassez de medicamentos e a má infraestrutura hospitalar agravam essa problemática, deixando muitos cidadãos em condições de vulnerabilidade sanitária.

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Redação da CiberCuba

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