EUA anuncia sanções a funcionários do Brasil e da OPS pelo programa Mais Médicos

Os Estados Unidos revogarão vistos e aplicarão restrições a funcionários do Brasil e ex-diretores da OPS por seu papel no Mais Médicos, que Rubio qualificou como uma “estafa diplomática” com médicos cubanos.

Programa Mais Médicos do Brasil (Imagem de referência)Foto © José Manuel Correa / Granma

O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira que Washington imporá sanções migratórias contra vários funcionários do governo do Brasil e ex-diretores da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) por sua implicação no programa Mais Médicos, que operou com pessoal cubano sob o que Washington classifica como um esquema de trabalho forçado.

Em uma mensagem publicada na rede social X, Rubio afirmou que o Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de viagem aos implicados, a quem apontou como “cúmplices do regime cubano” na exportação coercitiva de serviços médicos.

O secretário qualificou Mais Médicos como “uma fraude diplomática inadmissível de ‘missões médicas’ estrangeiras”, assegurando que o programa utilizou milhares de profissionais cubanos sob condições restritivas que violavam seus direitos trabalhistas e de mobilidade.

Washington acusa há anos o regime cubano de reter grande parte do salário dos profissionais de saúde enviados para missões no exterior e de impor restrições de movimento, o que organizações internacionais e ex-colaboradores têm denunciado como trabalho forçado.

O programa Mais Médicos, lançado no Brasil em 2013 pela presidente na época, Dilma Rousseff, foi um dos maiores destinos das brigadas médicas cubanas, e a OMS atuou como intermediária entre o governo brasileiro e Havana.

A organização foi mencionada em ações judiciais nos Estados Unidos por seu papel no contrato que regulava a participação de médicos cubanos no plano.

Nesta publicação, Rubio recordou outra realizada em fevereiro, poucos dias após assumir como secretário de Estado, na qual anunciou a ampliação da política de restrições de visto relacionadas a Cuba.

Então afirmou: “O Departamento de Estado tomou medidas para restringir a emissão de vistos para funcionários cubanos e de países terceiros cúmplices, assim como para indivíduos responsáveis pelo programa de exportação de trabalho forçado do regime cubano. Promoveremos a responsabilização do regime por oprimir seu povo e de quem se beneficia do trabalho forçado”.

As sanções a funcionários brasileiros e ex-diretores da OPS se somam a outras anunciadas nesta quarta-feira contra representantes da África, Cuba e Granada, dentro do que o Departamento de Estado descreve como uma estratégia para erradicar redes internacionais que facilitam a exploração laboral de médicos cubanos.

Perguntas frequentes sobre as sanções dos EUA ao programa Mais Médicos e às missões médicas cubanas

Por que os Estados Unidos impuseram sanções a funcionários brasileiros e da OPS?

Os Estados Unidos impuseram sanções migratórias a funcionários brasileiros e ex-dirigentes da OPS por sua participação no programa Mais Médicos, que, segundo Washington, operou com pessoal cubano sob condições de trabalho forçado. Essas sanções buscam revogar vistos e restringir viagens de quem os Estados Unidos considera cúmplices do regime cubano na exportação coercitiva de serviços médicos.

O que é o programa Mais Médicos e por que é controverso?

O programa Mais Médicos foi lançado no Brasil em 2013 para melhorar a cobertura médica em áreas necessitadas, utilizando principalmente médicos cubanos. É controverso porque os Estados Unidos e outras organizações acusam o programa de operar sob um esquema de trabalho forçado, onde os médicos cubanos trabalham sob restrições de movimento e com grande parte de seus salários retidos pelo governo cubano.

Qual é a posição dos Estados Unidos sobre as missões médicas cubanas?

Os Estados Unidos consideram as missões médicas cubanas como uma forma de exploração laboral e escravidão moderna. Acusam o regime cubano de utilizar essas missões como instrumentos políticos e econômicos, impondo condições de trabalho coercitivas aos médicos, como a retenção de passaportes e salários. Washington implementou restrições de visto para funcionários de países que colaboram com essas missões.

Como Cuba tem respondido às sanções dos Estados Unidos?

Cuba rejeitou as acusações dos Estados Unidos, defendendo suas missões médicas como programas de solidariedade e cooperação internacional. O regime cubano criticou as sanções como agressões injustificadas e ressalta o apoio de vários países, especialmente do Caribe, que valorizam a assistência médica cubana como fundamental para seus sistemas de saúde.

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