O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira que Washington imporá restrições de visto a vários funcionários governamentais de Cuba, além de países africanos e de Granada, por sua participação no que classificou como um esquema de trabalho forçado vinculado à exportação de serviços médicos cubanos.
Em uma mensagem publicada na rede social X, o funcionário afirmou que o Departamento de Estado está tomando medidas contra “vários funcionários cúmplices do regime cubano” na organização e manutenção dessas missões, que —segundo denunciam organizações internacionais— impoem condições de trabalho coercitivas aos profissionais de saúde.
Rubio assegurou que o Governo dos Estados Unidos está “comprometido a pôr fim a esta prática” e alertou que “os países que sejam cúmplices desta exploração deveriam repensar duas vezes” antes de continuar com esse tipo de acordos.
Washington e organizações de direitos humanos acusaram repetidamente Havana de utilizar médicos e outros profissionais de saúde como instrumento de influência política e fonte de divisas, em condições que violam os padrões trabalhistas internacionais.
O regime cubano rejeitou essas acusações e defende suas brigadas médicas como “missões solidárias”.
As sanções anunciadas fazem parte de uma estratégia mais ampla dos EUA para pressionar o governo cubano e seus aliados internacionais, com o objetivo de desmantelar o que consideram uma rede de exploração laboral em grande escala.
Rubio acompanhou o anúncio com uma publicação em X, datada de 25 de fevereiro, poucos dias depois de ter assumido como secretário de Estado, na qual afirmou que os EUA estavam ampliando sua política de restrições de visto relacionadas com Cuba.
Nesse comunicado, destacou que o Departamento de Estado havia tomado medidas para restringir a emissão de vistos a funcionários cubanos e de terceiros países cúmplices, bem como a indivíduos responsáveis pelo “programa de exportação de trabalho exploratório” de Cuba, e garantiu que promoverá a responsabilização do regime “por oprimir seu povo e lucrar com o trabalho forçado”.
Em junho passado, o governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de restrições de visto a vários funcionários de governos centro-americanos, acusados de participar em programas de contratação de médicos cubanos que, segundo Washington, se enquadram em esquemas de trabalho forçado orquestrados pelo regime de Havana.
O anúncio foi feito pelo Secretário de Estado, que assegurou que essas sanções buscam promover a responsabilização para aqueles que "exploram os profissionais médicos cubanos sob práticas coercitivas".
"Visitar os Estados Unidos com um visto é um privilégio, não um direito. Estamos comprometidos em combater o tráfico de pessoas, incluindo o trabalho forçado", declarou Rubio.
Há apenas alguns dias, o Governo cubano confirmou que mais de 24.000 trabalhadores do setor da saúde prestam atualmente serviços no exterior como parte de seu sistema de escravidão moderna, disfarçado em uma política de cooperação internacional.
A cifra foi revelada durante o debate parlamentar sobre os diretrizes de política externa para o período de 2025-2028, realizado na Assembleia Nacional do Poder Popular, reportou a oficialista Cubadebate.
Nessa sessão, o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, defendeu a política externa do regime como uma diplomacia “revolucionária e popular”, afirmando que esta responde “aos princípios fundacionais desde as lutas pela independência”, e que é orientada pelo alto escalão do poder político, liderado pelo primeiro secretário do Partido Comunista e presidente do país.
Perguntas frequentes sobre as restrições de visto dos EUA a funcionários cubanos
Por que os EUA impuseram restrições de visto a funcionários cubanos e de outros países?
Os EUA impuseram restrições de visto a funcionários cubanos e de outros países devido à sua implicação em um esquema de trabalho forçado relacionado à exportação de serviços médicos cubanos. Segundo o governo americano, essas missões médicas operam em condições de trabalho coercitivas, beneficiando economicamente o regime cubano às custas dos direitos dos profissionais de saúde.
Quais são as condições enfrentadas pelos médicos cubanos nas missões internacionais?
Os médicos cubanos em missões internacionais enfrentam condições de trabalho forçado. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, muitas vezes eles não têm controle sobre seus passaportes, parte dos seus salários é retida pelo governo cubano, e trabalham sob rigorosas condições de controle, o que constitui uma forma moderna de escravidão laboral.
Qual é a postura de outros países em relação às missões médicas cubanas?
Apesar das críticas dos Estados Unidos, alguns países, especialmente no Caribe e na América Latina, defendem as missões médicas cubanas e consideram-nas fundamentais para os seus sistemas de saúde. Por exemplo, líderes de São Vicente e Granadinas e Jamaica expressaram seu apoio ao programa, argumentando que a cooperação médica cubana é essencial para suas comunidades.
Como o regime cubano tem respondido às sanções dos EUA?
O regime cubano rejeitou as sanções dos EUA, qualificando-as de intervencionistas e afirmando que afetam injustamente sua população. O Ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, acusou o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de utilizar sua agenda pessoal para atacar o povo cubano e seus acordos de cooperação médica internacional.
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