O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, defendeu a política de negar ou revogar vistos a pessoas cujas ações —segundo ele— afetam os interesses nacionais ou a segurança nacional do país, e ressaltou que um visto “não é um direito”, mas sim uma autorização para “visitantes”.
En declarações em uma coletiva de imprensa, Rubio afirmou que desde o início essa linha foi uma diretriz recebida do presidente e que faz parte do que, segundo ele, motivou sua campanha eleitoral.
A partir daí, explicou que o processo de vistos inclui negar vistos “em algumas ocasiões” a pessoas “pelas atividades que realizaram no exterior”.
Rubio acrescentou que, em outros casos, trata-se de indivíduos que já têm visto, mas que estão nos Estados Unidos realizando atividades “contrárias aos nossos interesses nacionais”.
En essas situações, afirmou que a lei lhes confere o direito e —segundo sua interpretação— até mesmo “a obrigação” de expulsar essas pessoas do país, e garantiu que continuarão a fazê-lo: “É tão simples quanto isso”, disse.
Como exemplo, apontou o caso de alguém que chega com a intenção de estudar, mas que uma vez no território americano “se envolve em atividades criminosas”; nesse cenário, afirmou: “Vamos expulsá-los do país”.
Também mencionou, de maneira geral, que poderiam existir outras categorias de visitantes —por exemplo, pesquisadores— e ressaltou que o ponto chave é que a visa corresponde a uma condição de visitante.
O chefe da diplomacia americana insistiu que todos os dias são negados vistos em embaixadas ao redor do mundo: pessoas comparecem a entrevistas consulares e o visto pode ser rejeitado por informações no dossiê ou por qualquer coisa que surja durante a entrevista, "seja o que for".
A partir desse raciocínio, sustentou que se o governo tem a potestade de negar um visto antes de concedê-lo, “sem dúvida” também tem o poder de revogá-lo uma vez concedido se a pessoa “fizer algo que não deveria fazer”.
Rubio concluiu que existem "diversas razões" para negar vistos, mas que —segundo sua explicação— todas estão relacionadas ao impacto que esses casos teriam de alguma forma nos interesses nacionais ou na segurança nacional dos Estados Unidos.
Este viernes, o governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão imediata do programa de Loteria de Vistos de Diversidade (DV1), depois de que foi confirmado que o atirador da Universidade de Brown, identificado como Claudio Manuel Neves Valente, havia ingressado no país em 2017 através desse programa.
“Sob minha orientação, ordenei ao Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) que pause o programa DV1 para garantir que nenhum outro americano seja prejudicado por este programa desastroso”, afirmou a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem.
Segundo as autoridades, Neves Valente chegou aos Estados Unidos em 2017 com um visto de imigrante pela diversidade, que lhe permitiu obter a residência permanente.
Com a suspensão anunciada por Trump, milhares de solicitantes em todo o mundo, incluindo muitos cubanos, verão afetadas suas aspirações de emigrar legalmente para o país norte-americano.
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