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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou o tenente-general dos Marines Francis L. Donovan como novo chefe do Comando Sul (SouthCom), em substituição ao almirante Alvin Holsey, que se aposentará no final do ano, confirmou nesta sexta-feira o Pentágono.
A nomeação de Donovan, atual chefe adjunto do Comando de Operações Especiais, ocorre em um momento de máxima tensão militar com a Venezuela, após uma série de ataques das forças americanas contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Caribe e no Pacífico.
“Não descarto uma guerra com a Venezuela”, advertiu Trump em declarações recentes, e afirmou que seu governo “não tolerará a expansão do narcoterrorismo nem as alianças do regime ilegítimo de Nicolás Maduro com potências hostis aos Estados Unidos”.
O almirante Alvin Holsey, que assumiu o comando do Comando Sul em 2023, havia anunciado sua aposentadoria em outubro.
Segundo fontes citadas pelo The New York Times, Holsey expressou sua "preocupação" com a intensidade dos ataques contra as chamadas narcolanchas venezuelanas, das quais os EUA não apresentaram evidências.
O rotativo americano apontou que Holsey questionou internamente algumas operações militares frente às costas venezuelanas, nas quais mais de uma centena de pessoas morreram desde meados do ano devido a esses ataques.
De acordo com um relato da AFP baseado em dados oficiais, os bombardeios americanos deixaram pelo menos 100 mortos, incluindo cinco tripulantes abatidos na última operação realizada na quinta-feira.
O regime de Nicolás Maduro denunciou as incursões como parte de um suposto “conspiração imperialista” para derrubá-lo e se apropriar do petróleo venezuelano.
Além disso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, pediu a investigação desses ataques e assegurou que muitos afetaram lanchas de pescadores.
Washington afirma que as ações fazem parte da Operação Martelo do Caribe, voltada para desmantelar rotas do narcotráfico e redes controladas por grupos armados ligados ao chavismo.
O general Francis L. Donovan é um veterano com mais de 30 anos de serviço no Corpo de Fuzileiros Navais. Ele liderou operações especiais no Iraque, Afeganistão e Síria, e atualmente atua como subcomandante do Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM).
Fontes do Pentágono descrevem Donovan como um oficial pragmático e firme defensor da cooperação militar com aliados democráticos do hemisfério, especialmente Colômbia e Brasil, e um crítico contundente dos regimes da Venezuela, Nicarágua e Cuba.
"A prioridade do novo comandante será garantir a estabilidade do hemisfério e proteger os interesses estratégicos dos Estados Unidos diante das ameaças combinadas do narcotráfico e dos regimes autoritários", afirmou o secretário de Defesa, Pete Hegseth, no comunicado oficial.
Se confirmado pelo Senado, Donovan assumirá o comando do Comando Sul em janeiro de 2026, a partir de sua sede em Doral, Flórida, epicentro das operações militares norte-americanas na América Latina e no Caribe.
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