Firmaram deportação voluntária para voltar a Cuba e acabaram em Guantánamo: Assim permanecem essas pessoas na base naval



Familiares denunciam o traslado de 22 cubanos da Louisiana para a base de Guantánamo, apesar de terem assinado a deportação voluntária. Alegam condições alarmantes e falta de comunicação clara. Permanecem acorrentados.

Cubano detido na Base Naval de GuantánamoFoto © Captura do Youtube / Telemundo51

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Vários familiares em Cuba e em Miami denunciaram o traslado de migrantes cubanos detidos na Luisiana para a base naval de Guantánamo, apesar de que —segundo afirmam— haviam assinado sua saída voluntária para serem devolvidos à ilha.

Em um reportagens da Telemundo 51os familiares revelaram a esse meio as condições alarmantes em que se encontram na base militar, quando pensavam que seriam deportados para Cuba.

Um dos detidos, Marcos Alejandro Ávila Íñiguez, descreveu a seus parentes como foi o tratamento recebido ao chegar: disse que "apontaram rifles para eles" e que os mantinham acorrentados.

Seus familiares aseguraram que na segunda-feira ele conseguiu se comunicar com eles da base e que nessa chamada ainda estava acorrentado.

Telemundo 51 o identificou como um dos 22 cubanos trasladados no passado domingo em um voo charter vindo da Louisiana.

O testemunho dessa família se soma ao de parentes de outros três cubanos que, segundo o relatório, também foram levados naquele fim de semana para Guantánamo.

Os familiares os identificaram como Erick Mauri Zamora, Emanuel Valverde Tamayo e Yesier Abreu Arronde, e concordaram que todos haviam assinado sua saída voluntária para Cuba.

Uma das parentes afirmou que, após assinar, no dia 14 de dezembro, o levaram para a base naval.

Em meio à incerteza, alguns familiares disseram que, após receber informações de que seriam deportados, foram ao aeroporto para esperar a chegada de um voo que nunca chegou, e descreveram a angústia de passar horas ali sem explicação e acabar retornando para casa “com aquela tristeza”.

Em busca de respostas, Telemundo 51 contatou o Departamento de Segurança Nacional (DHS).

Según o relatório, o DHS respondeu por meio de um comunicado que os imigrantes que entrarem ilegalmente nos Estados Unidos poderiam ser enviados para Guantánamo ou outros centros de detenção e assegurou que, entre os recentes deslocamentos, havia pessoas com antecedentes criminais graves.

No entanto, as famílias entrevistadas afirmaram que seus parentes não têm antecedentes criminais.

De acordo com o relatório, um documento apresentado ao Congresso indica que a transferência de detidos para Guantánamo custou ao governo federal 39 milhões de dólares e que manter uma pessoa detida lá custa 10.000 dólares por dia.

Deportações de cubanos para a base naval

Os Estados Unidos voltaram a enviar migrantes cubanos para a base naval de Guantánamo, reativando uma prática carregada de simbolismo e polêmica que havia sido suspensa por dois meses.

O deslocamento de 22 homens do território americano marca o primeiro envio de cidadãos cubanos para essa instalação desde janeiro e revive medos, lembranças e questionamentos legais.

Segundo revelou The New York Times, os cubanos chegaram esta semana à base situada no leste de Cuba em um voo fretado do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) proveniente da Luisiana.

Com eles, Guantánamo volta a funcionar como centro de detenção migratória, apesar dos reveses judiciais, dos altos custos e das duras críticas que cercaram essa política ao longo de todo o ano.

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