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Um cidadão cubano permanece sob custódia federal em Nevada após um altercado ocorrido no Aeroporto Internacional Harry Reid, em Las Vegas, um incidente que não apenas resultou em acusações criminais, mas também o coloca em risco de ficar sob controle do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) assim que o processo judicial for concluído.
De acordo com a Promotoria dos Estados Unidos para o Distrito de Nevada, Jhon Raúl Vizcaíno Ramírez foi formalmente acusado por tentar acessar uma área restrita do aeroporto utilizando um cartão de embarque que não estava em seu nome e por agredir funcionários da Administração de Segurança nos Transportes (TSA) e agentes da Polícia Metropolitana de Las Vegas.
Os fatos ocorreram em 3 de novembro de 2025, durante um controle de segurança antes do embarque.
Segundo a acusação federal, Vizcaíno Ramírez se negou a mostrar identificação quando solicitado pelos agentes da TSA. A situação escalou quando um oficial reteve o cartão de embarque, o que provocou uma reação física que exigiu a intervenção policial.
Durante o forcejeio, o cidadão cubano se recusou a ser detido e chutou tanto um agente policial quanto um oficial de segurança aeroportuária que participava na prisão.
Mídias locais como Fox 5 Las Vegas e News 3 (KSNV) confirmaram que o acusado enfrenta várias acusações federais, entre elas interferência com o pessoal de segurança, agressão a pessoas que auxiliavam os oficiais no cumprimento de suas funções e entrada fraudulenta em uma área de segurança aeroportuária. O julgamento com júri está agendado para o dia 9 de fevereiro de 2026, diante do juiz federal Andrew P. Gordon.
Documentos judiciais do caso Estados Unidos contra Vizcaíno Ramírez (2:25-cr-00347) indicam que o processo está sendo tramitado no Tribunal Distrital de Nevada e que o acusado conta com representação do Escritório do Defensor Público Federal.
O expediente também indica que Vizcaíno Ramírez permanece detido enquanto avançam as etapas judiciais preliminares.
O caso tem um forte componente migratório. As autoridades federais apontaram que o cidadão cubano ingressou nos Estados Unidos de forma irregular em outubro de 2022, após cruzar a fronteira a partir do México, perto de Yuma, Arizona.
Nesse momento, foi liberado devido à falta de espaço em centros de detenção e, desde então, permaneceu no país sem um status migratório regular.
Após sua mais recente prisão, o ICE emitiu uma ordem de detenção migratória, o que significa que, uma vez resolvidos os delitos penais federais, Vizcaíno Ramírez poderá ser transferido para custódia migratória para enfrentar um possível processo de deportação. Funcionários judiciais confirmaram à Fox 5 Las Vegas que sua situação migratória será avaliada ao concluir o julgamento.
O incidente gerou atenção na mídia local por se tratar de um altercado em uma instalação federal, mas também reabre o debate sobre a vulnerabilidade legal em que se encontram muitos migrantes que, após ingressar no país sem documentos, podem ver seu futuro definido pela interseção entre o sistema penal e o migratório.
Como estabelece a lei americana, Vizcaíno Ramírez é presumido inocente até que sua culpabilidade seja provada em um tribunal.
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