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O chanceler cubano Bruno Rodríguez publicou nesta segunda-feira uma mensagem na rede social X onde acusa os Estados Unidos de fomentar a separação de famílias cubanas, responsabilizando diretamente o atual secretário de Estado, Marco Rubio, e outros políticos de origem cubana por endurecerem as políticas migratórias contra os nacionais da ilha.
"Políticos anticubanos, incluindo o Secretário de Estado dos EUA, estão decididos a separar ainda mais famílias cubanas. Não lhes é suficiente o dano causado por suas medidas de asfixia econômica. Intimidam, lançam ameaças e perseguem migrantes cubanos com vínculos com sua pátria", escreveu Rodríguez, acompanhando o tweet com a foto de um migrante sendo detido por agentes do ICE.
A publicação gerou uma onda de críticas por parte de usuários cubanos dentro e fora da ilha, que lembraram ao chanceler que o regime cubano tem sido historicamente o principal responsável pela separação de famílias.
“A ditadura é a principal culpada pela separação de famílias”, escreveu um usuário.
“Décadas de criminalização e penalização a todo dissenso, de êxodo massivo, de miséria endêmica, como resultado de uma política econômica fracassada. Mas os ‘anticubanos’ são aqueles que não concordavam com esse regime nefasto do PCC,” apontou outro.
Desde 1959, o regime comunista impôs restrições migratórias, ideológicas e políticas que impediram milhões de cubanos de se reunirem com suas famílias, saírem ou retornarem ao seu país de origem. Mesmo hoje, em pleno 2025, continua regulando a entrada na ilha de cidadãos cubanos por razões políticas e persiste em punir com desterro e prisão aqueles que se expressam contra o sistema.
“Os únicos culpados por separar as famílias cubanas foram vocês. Desde 1959, essa maldita revolução está separando famílias”, lê-se em outro comentário.
Outros usuários lembraram da hipocrisia do discurso oficial:
“Por décadas, esta grande nação [EE. UU.] nos ofereceu a segunda oportunidade que o regime castrista nos negou. Por décadas, temos escapado, e o regime ditatorial tem visto os êxodos como uma forma de fuga da horrível situação que o povo cubano enfrenta graças ao comunismo, que destrói famílias e sonhos.”
Também foi destacado o uso instrumental do sofrimento familiar por parte do regime:
“A ditadura se beneficia bastante com a separação e o sofrimento da família cubana. É uma vantagem material. O restante pouco importa ao regime: eles vivem das remessas, da locação de médicos e de doações.”
“Chorando por dólares, como sempre.”
“Mais anticubanos que vocês não há ninguém.”
Em definitiva, enquanto o regime culpa outros, os cubanos continuam a viver com as consequências reais de um sistema que há mais de seis décadas tem fraturado a nação, dentro e fora da ilha, com repressão, controle migratório e uma economia em ruínas.
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