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Amenazas de prisão e expulsão foi a resposta da Segurança do Estado contra estudantes da Universidade Central “Marta Abreu” de Las Villas (UCLV) que organizavam uma parada universitária para a segunda-feira.
A denúncia foi divulgada pelo jornalista Mario J. Pentón, que compartilhou o testemunho de um estudante dessa universidade.
“Na minha faculdade de Ciências Econômicas, a Segurança do Estado já começou a agir. Visitaram três estudantes em suas casas, ameaçaram expulsá-los da universidade e até mesmo com prisão”, diz a mensagem enviada pelo estudante.
"Um deles era o administrador do canal de WhatsApp 'A voz de todos', que buscava unir os universitários e já tinha mais de 500 seguidores em poucas horas. Estava sendo organizada uma parada universitária para a segunda-feira, mas o obrigaram a fechar o canal", precisou.
Pentón também compartilhou uma captura de tela do grupo de WhatsApp onde o estudante ameaçado escreveu uma retratação.
“Os jovens foram ameaçados na frente de suas famílias e obrigados a escrever mensagens no grupo de WhatsApp da faculdade ‘se arrependendo’ e expressando apoio à FEU. Tudo, claramente sob coação”, informou Pentón.
Na última quarta-feira, os estudantes da UCLV anunciaram que se juntavam ao movimento de greve acadêmica iniciado por outras universidades cubanas, em protesto contra as restrições impostas pela Empresa de Telecomunicações de Cuba (ETECSA), as quais consideram discriminatórias e excludentes.
Em seu comunicado, os estudantes da UCLV convocaram uma ausência em massa ao processo docente até que seja aprovada uma tarifa social acessível a toda a população e que os benefícios atuais sejam estendidos a pesquisadores, docentes e profissionais que dependem do acesso à internet para suas atividades.
Por sua parte, a reitoria da Universidade Central "Marta Abreu" compartilhou em suas redes sociais uma mensagem mostrando aparente normalidade em suas atividades docentes.
"Hoje é quarta-feira e o agito estudantil marca a semana na UCLV. Os estudantes se preparam para seus exames, realizam tarefas de impacto e pesquisam em projetos científicos. Após cada desafio, há uma grande recompensa", disseram.
O paro acadêmico em Cuba começou no dia 4 de junho e se estende por universidades de todo o país, com epicentro na Universidade de Havana. A resposta do governante Miguel Díaz-Canel foi clara: Não haverá recuo no aumento das tarifas.
Este fim de semana, vídeos virais que circulam nas redes de estudantes cansados que confrontam funcionários incapazes de resolver suas reivindicações evidenciam o descontentamento.
O movimento estudantil que agita as universidades cubanas exige tarifas mais justas e conectividade equitativa.
Perguntas frequentes sobre a protesto estudantil e as medidas da ETECSA em Cuba
Por que ameaçaram os estudantes da Universidade de Las Villas?
Os estudantes da Universidade Central "Marta Abreu" de Las Villas foram ameaçados pela Segurança do Estado com expulsão e prisão por organizar uma parada universitária de protesto contra as tarifas da ETECSA. Estas ações repressivas buscam silenciar as demandas dos estudantes, que exigem tarifas mais justas e acessíveis para o acesso à internet em Cuba.
O que os estudantes cubanos exigem em suas manifestações contra a ETECSA?
Os estudantes exigem a revogação das medidas impostas pela ETECSA que limitam as recargas em moeda nacional e aumentam os preços dos pacotes de dados. Buscam tarifas mais justas e acessíveis para toda a população, assim como a inclusão de benefícios para pesquisadores e docentes. Além disso, pedem um diálogo transparente e a inclusão de propostas técnicas estudantis na tomada de decisões.
Qual tem sido a resposta do governo cubano às protestas estudantis?
O governo cubano respondeu aos protestos estudantis com um discurso de confrontação, acusando os manifestantes de serem manipulados por "inimigos do sistema". O regime manteve uma postura inflexível, recusando-se a reverter as tarifas da ETECSA e optou por fechar fileiras diante das demandas estudantis, o que gerou um clima de repressão e ameaça.
Como a Federação Estudantil Universitária (FEU) tem reagido às protestas?
A Federação Estudantil Universitária (FEU) apresentou uma posição ambígua. Inicialmente, apoiou os protestos, mas depois se alinhou com o governo, desacreditando as manifestações como "manobras desestabilizadoras". A FEU tem sido criticada pela sua falta de representatividade e autonomia, sendo vista como um braço político do Partido Comunista.
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