A Empresa de Telecomunicaciones de Cuba S.A. (ETECSA) publicou a diferença entre alguns dos conceitos relacionados com as novas medidas que restringem as recargas em moeda nacional e expandem os serviços em dólares, e os cubanos criticaram a suposta "esclarecimento de dúvidas" reafirmando sua inconformidade com as tarifas.
Motivados por perguntas dos usuários, a ETECSA esclareceu que a recarga consiste em adicionar dinheiro ao celular e esse dinheiro se transforma em saldo móvel; a transferência é passar saldo de uma linha para o saldo de outra linha, e a compra de planos implica adquirir ofertas combinadas de recursos (dados, voz e SMS).
Decenas de internautas aproveitaram a publicação para denunciar as medidas e manifestar que não se trata de não entender a diferença, mas de que estão insatisfeitos.
"Isso é de um jeito brutal, não somos anormais, não fiquem dando mais voltas nas explicações, sabemos que nem ligam para os estudantes, não os deixam falar; é uma vergonha como publicam fotos da filha da Ministra, que de fato têm dinheiro, e a pergunta é: de onde?" escreveu um cubano.
Muitos questionaram por que, a partir de Cuba, as recargas foram limitadas quando algumas pessoas, pela natureza de seu trabalho, precisam de mais de uma: "Por que o Transfermóvil me limita a fazer duas recargas e comprar dois planos diários? Eu preciso de mais de dois planos diariamente se precisar de mais voz ou SMS e não consigo fazer isso, não pensaram nisso também?"
As opiniões não deixaram de apontar que, mais do que trazer divisas para o país, a ETECSA tentava limitar a capacidade de informação dos cubanos.

"Lo que quieren hacer es proibir sem proibir, ¿de qué forma? Que pouco a pouco percam o acesso à internet para evitar que recebam informações do exterior, ao estilo Stalin, mas moderno", escreveu uma pessoa.
ETECSA justificou o aumento das tarifas devido a uma crise financeira ocasionada por fraudes e pela perda de 60% de suas receitas internacionais. No entanto, essa explicação foi recebida com ceticismo pela população, que critica a falta de transparência e o impacto negativo no acesso a serviços básicos.
A dolarização dos serviços da ETECSA limita o acesso à conectividade para aqueles que não têm acesso a divisas estrangeiras, o que aumenta a desigualdade econômica e digital em Cuba, e deixa muitas pessoas sem a possibilidade de acessar serviços essenciais de comunicação.
Perguntas frequentes sobre as medidas da ETECSA e seu impacto em Cuba
Quais mudanças a ETECSA implementou em seus planos de recarga?
ETECSA limitou as recargas em pesos cubanos (CUP) a 360 mensais, o que gerou críticas por parte dos cubanos que consideram a medida restritiva e excludente. Além disso, os novos planos de dados estão disponíveis apenas em dólares americanos (USD), aumentando a desigualdade econômica e digital no país.
Como essas medidas afetam os cubanos que não recebem remessas?
As restrições impostas pela ETECSA limitam o acesso à conectividade para aqueles que não têm acesso a divisas estrangeiras. Isso amplia a lacuna digital, uma vez que as recargas internacionais são necessárias para acessar serviços de Internet, deixando muitos cubanos sem a possibilidade de se conectar, especialmente aqueles que dependem do salário em CUP.
Por que a ETECSA justifica as novas tarifas e limitações?
ETECSA alega que as novas medidas visam sustentar e desenvolver a rede de telecomunicações em Cuba devido a uma crise financeira, incluindo a perda de 60% de sua receita internacional. No entanto, essa explicação foi recebida com ceticismo pela população, que critica a falta de transparência e o impacto negativo no acesso a serviços básicos.
Qual é o impacto da dolarização dos serviços da ETECSA na população cubana?
A dolarização do serviço móvel da ETECSA cria uma exclusão massiva de cidadãos que não têm acesso a divisas estrangeiras, transformando um serviço essencial como o acesso à Internet em um privilégio para aqueles que recebem remessas ou têm acesso a dólares. Isso aprofunda a desigualdade econômica e limita o acesso à informação e à comunicação na ilha.
Como os cubanos reagiram às novas medidas da ETECSA?
A resposta da população tem sido de indignação e crítica em relação à ETECSA e ao governo cubano. Muitos cubanos expressaram seu descontentamento nas redes sociais e qualificaram as medidas como abusivas e excludentes. Além disso, alguns propuseram boicotes às recargas internacionais como forma de protesto contra a dolarização dos serviços de telecomunicações.
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