A ETECSA afirma que a sua presidenta é corajosa e determinada após aplicar o aumento nas tarifas telefônicas

Tania Velázquez, presidenta da ETECSA, enfrenta críticas por tarifas elevadas e má comunicação. Admitiu erros, mas defendeu medidas para evitar um colapso técnico e priorizar o mercado externo.

Tania Velázquez Rodríguez no podcast do governante Miguel Díaz-CanelFoto © Captura do YouTube/ Desde la Presidencia

A conta em X do monopólio estatal de telecomunicações ETECSA tentou limpar a imagem deteriorada de sua presidenta Tania Velázquez Rodríguez, a quem chamou de valente e determinada.

“Nossa presidenta Tania Velázquez Rodríguez, com a coragem e determinação que a caracteriza, aborda a complexidade da situação que enfrentamos e seu impacto em um povo do qual ela e seus trabalhadores fazem parte e com o qual estão comprometidos”, pode-se ler na conta de X da ETECSA.

O tweet acompanha um trecho da intervenção de Velázquez Rodríguez no podcast do governante Miguel Díaz-Canel, onde a funcionária admite que não têm sido dias fáceis para ela.

Durante essa intervenção, a presidenta da ETECSA ofereceu desculpas públicas pela má comunicação institucional, embora sem se retratar das medidas impostas.

Velázquez defendeu a nova política comercial, advertiu sobre um possível colapso técnico do sistema de telecomunicações e continuou justificando a priorização de ofertas em divisas devido à existência de um “mercado fora de Cuba”.

Durante a intervenção oficial, na qual estava presente além de Díaz-Canel, o vice-ministro de Comunicações, Ernesto Rodríguez Hernández, a funcionária reconheceu que a ETECSA deveria ter comunicado melhor suas intenções e admitiu que o descontentamento da população é compreensível diante da falta de clareza e da brusquidão da mudança.

Este sábado, o projeto Repressores Cubanos incluiu Velázquez Rodríguez em sua lista por seu papel direto no estabelecimento de tarifas proibitivas para o acesso à internet em Cuba, uma medida considerada por organizações e analistas como uma forma de racionamento digital e repressão econômica.

O expediente contra Tania Velázquez inclui os crimes de:

  • Violação da liberdade de opinião, expressão e informação (Art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos).
  • Internet inacessível devido aos altos preços.
  • Violação do direito de acesso às tecnologias da informação e comunicação.

Esses cargos a categorizam como “repressora de colarinho branco”, termo que se refere a funcionários civis que reprimem por meio de decisões administrativas com impactos sistemáticos.

Perguntas frequentes sobre o aumento das tarifas telefônicas da ETECSA em Cuba

Por que a ETECSA implementou um aumento nas tarifas telefônicas?

ETECSA justificou o aumento de tarifas como uma necessidade para injetar divisas na empresa devido ao seu endividamento e à falta de recursos para importar tecnologia. A presidente Tania Velázquez argumentou que os ajustes de tarifas são essenciais para manter a operabilidade e evitar um colapso do sistema de telecomunicações em Cuba.

Como o aumento das tarifas afeta a população cubana?

O aumento das tarifas elevou os custos de acesso à internet e à telefonia móvel, tornando os serviços inacessíveis para muitos cubanos, especialmente para aqueles que não recebem remessas. Os pacotes em pesos cubanos agora superam até mesmo o salário mínimo mensal, enquanto pacotes em dólares são promovidos, aprofundando a desigualdade no acesso às telecomunicações.

Quais têm sido as reações ao aumento de tarifas da ETECSA?

O aumento das tarifas gerou uma onda de críticas e descontentamento cidadão, manifestado em protestos estudantis e greves acadêmicas, especialmente na Universidade de Havana. A medida tem sido vista como uma forma de racionamento digital e repressão econômica, com a presidente da ETECSA incluída na Lista de Repressões por seu papel na imposição dessas tarifas.

Que medidas a ETECSA tomou para justificar o aumento de tarifas?

ETECSA defendeu o aumento de tarifas alegando problemas financeiros e a necessidade de modernizar sua infraestrutura. Além disso, mencionou a existência de um "mercado fora de Cuba" que demanda serviços de comunicação, justificando assim a dolarização parcial de suas tarifas. A empresa tem sido criticada por não informar adequadamente a população sobre essas mudanças.

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