O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, lançou ofensas severas contra o secretário de Estado, Marco Rubio, e vários congressistas cubano-americanos, a quem acusou de serem “ferozmente anticubanos”, “corruptos” e “chantagistas”.
Durante sua intervenção no Conselho Político do ALBA-TCP, realizado na Venezuela, Rodríguez afirmou neste sábado que "os políticos anticubanos que são membros do Congresso dos Estados Unidos e o Secretário de Estado, salvo alguma exceção, não nasceram em Cuba nem visitaram o país, mas têm sido ferozmente anticubanos e corruptos, e lucraram com a agressão à nação cubana".
As palavras de Bruno Rodríguez eram particularmente dirigidas a Marco Rubio, a quem acusou de orquestrar a perseguição contra os migrantes cubanos recém-chegados aos Estados Unidos, apesar de serem pessoas que entraram legalmente, trabalham, pagam impostos e aguardam a aplicação da Lei de Ajuste Cubano.
“O corrupto, anódino e chantagista Secretário de Estado é, para a desonra da Nossa América, o principal responsável e promotor da perseguição e tentativa de deportação em massa dos cubanos residentes ou temporários nos Estados Unidos”, disse o chanceler.
Também se referiu aos congressistas cubano-americanos como “hipócritas e cínicos” que “não defendem nem mesmo aqueles que votaram neles” e questionou por que não se manifestam contra as deportações em massa de cubanos.
Apesar da retórica agressiva, o chanceler reiterou a disposição do regime em manter, com o governo dos Estados Unidos, o diálogo bilateral sobre questões migratórias e cooperação na aplicação da lei.
Além disso, insistiu no compromisso oficial com “uma migração regular, segura e ordenada”, assim como no enfrentamento a delitos como atração de pessoas e o tráfico ilegal de migrantes
Duas falas diante da crise migratória
As palavras do chanceler chegam em um momento de crescente tensão devido ao aumento dos voos de deportação de cubanos desde os Estados Unidos. No dia 27 de março, um avião chegou a Havana com 60 migrantes retornados.
O regime qualificou esses voos como atos de "cruel cinismo". Persiste em culpar o embargo e fatores externos pelo êxodo em massa, ignorando as causas internas como a repressão política, a falta de liberdades, a censura, a crise energética e o colapso econômico que a população cubana sofre
Organizações defensoras dos direitos humanos alertaram sobre os riscos que os migrantes deportados enfrentam ao retornar à ilha, incluindo interrogatórios, vigilância, marginalização social e represálias por parte do aparato estatal
A preocupação do regime cubano com a deportação em massa de migrantes também pode estar ligada ao impacto econômico que teria na diminuição das remessas e ao desafio que representa a reintegração social dos repatriados no complexo contexto político e econômico que se vive em Cuba.
Perguntas frequentes sobre as declarações de Bruno Rodríguez e a crise migratória cubana
Por que Bruno Rodríguez culpa Marco Rubio pelas deportações de cubanos?
Bruno Rodríguez acusa Marco Rubio de ser o principal promotor das deportações em massa de cubanos dos Estados Unidos. Segundo Rodríguez, Rubio orquestra uma perseguição contra os migrantes cubanos, apesar de que muitos deles entraram legalmente e estão à espera de se beneficiarem da Lei de Ajuste Cubano.
Que consequências enfrentam os cubanos deportados ao retornar à ilha?
Os cubanos deportados ao retornarem à ilha enfrentam interrogatórios, vigilância e marginalização social, além de possíveis represálias por parte do estado cubano. Organizações de defesa dos direitos humanos têm alertado sobre esses riscos, que incluem também a possível detenção por causas penais anteriores.
Como responde o regime cubano às acusações sobre a crise migratória?
O regime cubano culpa o embargo e políticas externas dos Estados Unidos pelo êxodo maciço de cubanos, negando as causas internas como a repressão política e o colapso econômico. Apesar dessa posição, o governo continua recebendo os deportados como parte dos acordos bilaterais com os EUA.
Qual é a posição dos Estados Unidos em relação à migração cubana?
Estados Unidos, sob a liderança de Marco Rubio como Secretário de Estado, mantém uma postura crítica e restritiva em relação ao regime cubano, o que inclui a ampliação das restrições de vistos e a promoção de deportações. Rubio defende essas medidas como necessárias para responsabilizar o regime por oprimir seu povo.
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