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O Ministério do Interior (MININT) desencadeou uma forte operação de segurança em Santiago de Cuba após o surgimento de cartazes antigovernamentais no povoado de “El Oasis”, localizado em Siboney, na costa da cidade.
Segundo reportou o comunicador independente Yosmany Mayeta, as mensagens escritas nos cartazes expressavam o descontentamento popular com frases como “Até quando sem casa”, “Díaz-Canel sem casa” e “Abaixo a ditadura”, consignas que têm sido utilizadas em outras protestas contra o regime cubano.
A resposta das autoridades não demorou a chegar. Testemunhas indicam que a zona foi militarizada e que peritos forenses foram enviados à área para fotografar os cartazes e coletar impressões digitais, em um desdobramento similar ao de uma cena de crime.
Além disso, a zona costeira foi isolada para impedir que os cidadãos tirassem fotografias, mas algumas imagens da operação conseguiram ser divulgadas nas redes sociais.
"Cerraram a área, não deixavam que os carros parassem, mas as pessoas sempre encontram uma maneira de obter provas", comentou Mayeta, que compartilhou imagens do local em suas plataformas.
Nas imagens compartilhadas por Mayeta, pode-se apreciar a estrutura onde apareceram os cartazes antes de serem intervenidos por agentes do MININT e trabalhadores, que tentaram cobri-los com tinta.
Nos últimos anos, Cuba tem sido palco de múltiplas expressões de descontentamento popular manifestadas através de cartazes e grafites em espaços públicos.
Essas ações, direcionadas contra o governante Miguel Díaz-Canel, o Partido Comunista e a Revolução, refletem o crescente descontentamento da população devido à crise econômica, aos apagões e à repressão governamental:
- Matanzas (marzo de 2024): Tras una jornada de intensas protestas el 17 de marzo, apareció un cartaz com a frase "Díaz-Canel singao" na parede da famosa Playa del Tenis en el viaducto de la ciudad de Matanzas.
Este acontecimento ocorreu horas depois de uma manifestação massiva na cidade de Cárdenas, onde os moradores saíram às ruas com panelas, juntando-se a protestos em várias cidades de Cuba.
- Alquízar, Artemisa (mayo de 2024): O passeio Domingo Lence amanheceu com pichações que decían "¡Abajo Canel!" y "Libertad", escritas con pintura azul.
Essas manifestações ocorreram após longos apagões que afetaram a localidade, refletindo o descontentamento dos residentes.
- Santiago de Cuba (abril de 2024): Cerca de la céntrica Plaza de Marte, apareció unletreiro contra Díaz-Canel na parede de uma casa, pocas semanas después de protestos massivos na cidade. Parte del cartel fue rápidamente cubierta con pintura oscura por las autoridades.
- La Habana (septiembre de 2023): En el municipio de Centro Habana uma mensagem que dizia "Diasca, filho da sua mãe" fue visto sobre una pared ubicada en la esquina de las calles Campanario y Figuras.
- Bauta, Artemisa y Camajuaní, Villa Clara (junio de 2022): Mensagens como "Díaz-Canel singao"aparecieron en paredes de estas localidades tras prolongados apagones.
Em Bauta, a pintura foi realizada na agência do Banco Popular de Ahorro depois que os moradores suportaram mais de oito horas sem eletricidade.
Perguntas frequentes sobre as manifestações e a repressão em Cuba
O que gerou o desdobramento do MININT em Santiago de Cuba?
O MININT implementou um forte dispositivo de segurança em Santiago de Cuba após o aparecimento de cartazes antigovernamentais na localidade de “El Oasis”, que expressavam descontentamento popular com frases como “Até quando sem casa” e “Abaixo a ditadura”.
Como reagem as autoridades cubanas diante das protestas e manifestações públicas?
As autoridades cubanas costumam reprimir essas expressões de descontentamento utilizando forças de segurança, peritos e pessoal especializado para identificar e encarcerar os manifestantes, como foi visto em diversos incidentes relatados na ilha.
Por que as protestas estão aumentando em Cuba?
As protestas em Cuba aumentam devido à grave crise econômica que afeta o país, caracterizada pela escassez de alimentos, apagões prolongados e uma crescente precariedade nos serviços básicos. A falta de respostas efetivas do governo agrava o descontentamento popular.
Que medidas o governo cubano tomou diante da crise de abastecimento?
O governo cubano implementou medidas como a redução do peso do pão da cesta básica e a venda em dias alternados para enfrentar a falta de insumos básicos, embora essas medidas não tenham resolvido a crise de abastecimento no país.
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