El regime cubano instalou geradores em Matanzas para a rádio e televisão oficiais, em meio a severos períodos de apagões que deixam os cidadãos dessa província sem eletricidade.
A jornalista oficialista Odalys Oriol Miranda Suárez informou nesta sexta-feira nas redes sociais que se trata de um "apoio" do Partido Comunista, do Governo, da Empresa de Grupos Eletrogéneos e de quadros de organismos.
Em meio a apagões que excedem 12 horas na província e que afetaram o telecentro local TV Yumurí, a notícia foi comemorada pelos funcionários da província e divulgada nas redes oficiais.
A página do canal local assegurou no Facebook que, após receber a doação, as transmissões do telecentro serão retomadas nesta segunda-feira.

"Perante a situação eletroenergética da província, trabalhou-se na busca de soluções e na reparação do gerador que abastece a Emissora provincial Rádio 26 e o telecentro para retomar as transmissões nos horários habituais", escreveu TV Yumurí.
Segundo a imprensa oficialista, apesar das interrupções elétricas, mantiveram a "cobertura jornalística" com presença nos meios de comunicação nacionais.
"O apoio das autoridades do Partido e do Governo na província, assim como de outras entidades ligadas ao sistema elétrico, foi fundamental para a solução do restabelecimento da programação. Pedimos desculpas à população pelos transtornos causados", disseram.
Os matanceros não pararam de criticar a medida que não devolve a eletricidade ao povo, que ficará sem acesso à televisão enquanto o telecentro estiver transmitindo.
Os internautas consideraram um "gasto desnecessário", que não ajuda a melhorar a vida dos cubanos, enquanto se perguntavam a quem essa programação chegará.
"¿E esse gasto desnecessário? Para quais clientes chegarão as transmissões? Todo esse esforço e esse gasto quem paga é o povo trabalhador", opinou uma pessoa.
Outros questionaram por que se apoiava um meio já em decadência, com baixo nível de audiência.
"Para que tanta rádio nem televisão matancera, em Havana não os veem nem os ouvem e aqui em Matanzas nunca há energia, então seria melhor se tivessem economizado todo esse esforço", apontou um cubano.
Enquanto o regime prioriza seus meios de propaganda, o povo continua sem eletricidade.
Segundo o relatório da União Eléctrica (UNE), o país amanheceu neste sábado com uma disponibilidade de apenas 1.800 MW, frente a uma demanda de 2.085 MW, o que já gerava uma afetacão de 338 MW.
Para o meio-dia deste sábado, esperava-se que a cifra aumentasse para 850 MW, enquanto que no horário de pico estima-se um dèficit de quase 1.500 MW, superior ao do dia anterior, com possibilidades de alcançar um número ainda maior devido à instabilidade do sistema.
O relatório técnico detalha que as principais termelétricas do país operam com sérias deficiências. Entre as unidades fora de serviço por avarias estão a Unidade 5 da CTE Nuevitas e as Unidades 1 e 2 da CTE Felton, que voltou a sofrer uma avaria inesperada em sua caldeira, apesar das múltiplas tentativas de solucionar suas fragilidades nessa área.
A isso se soma a manutenção programada de várias usinas, como a CTE Mariel, CTE Santa Cruz e CTE Cienfuegos, além de severas limitações térmicas e a falta de combustível que mantém inativas 47 centrais de geração distribuída e três motores da patana de Melones, com um impacto total de 312 MW.
Perguntas frequentes sobre a instalação de geradores em Matanzas e a crise elétrica em Cuba
Por que foram instalados geradores em Matanzas para a rádio e televisão oficiais?
Os grupos geradores foram instalados para que os meios oficiais de Matanzas, como a Radio 26 e a TV Yumurí, pudessem retomar suas transmissões em meio a apagões prolongados que afetam a província. O regime cubano priorizou o funcionamento destes meios como parte de seu aparato propagandístico, apesar do sofrimento generalizado da população pela falta de eletricidade.
Como tem sido a reação da população diante da instalação dos geradores?
A população criticou severamente a medida, considerando-a um "gasto desnecessário" que não ajuda a melhorar sua vida cotidiana, já que continuam sem eletricidade enquanto os meios oficiais transmitem. Os cidadãos questionam a prioridade dada aos meios governamentais em vez de resolver a crise energética que afeta a todos.
Qual é a situação atual do sistema elétrico em Cuba?
Cuba enfrenta uma grave crise energética com apagões que superam 12 horas diárias em várias províncias. O sistema elétrico nacional está colapsado devido a deficiências nas principais termoelétricas, falta de combustível e manutenção inadequada.
Qual é o impacto da crise elétrica na vida cotidiana dos cubanos?
A crise elétrica complicou tarefas essenciais como a preparação de alimentos, o acesso à água potável e a comunicação, afetando gravemente a qualidade de vida dos cubanos. Os apagões prolongados deixaram muitas famílias sem conseguir atender às necessidades básicas, aumentando sua frustração e desespero.
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