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Matanzas sofreu um apagão que a deixou às escuras não apenas nas ruas, mas também nas ondas radiais e televisivas. A emissora provincial Radio 26 e TV Yumurí ficaram fora do ar devido a problemas técnicos com o gerador que abastece ambas as transmissões.
"Devido às dificuldades energéticas e aos problemas associados ao gerador que fornece energia à Emisora Provincial Radio 26 e à TV Yumurí, a transmissão de ambos os meios foi impossibilitada. Pedimos desculpas aos telespectadores que conseguem acessar este serviço em áreas protegidas por circuitos especiais", diz o comunicado oficial.
A resposta dos cubanos não demorou. Mensagens diretas, claras e com memória histórica desmontaram o discurso oficialista, atacando a origem da crise energética e a impossibilidade de informar.
"Radio Rebelde transmitia da Sierra Maestra, clandestinamente e com muitas dificuldades, se não me engano, em 1958. Assim estamos mal em pleno coração de Matanzas em 2025", disse uma internauta."
A comparação não passou despercebida. Há mais de 60 anos, os guerrilheiros conseguiram manter uma emissora clandestina nas montanhas, mas na Cuba atual, o Estado é incapaz de manter em funcionamento uma emissora de televisão no centro de uma cidade.
A frase "áreas protegidas por circuitos especiais" foi a que mais incendiou as redes. Muitos cubanos questionaram por que apenas alguns privilegiados teriam acesso à informação durante os apagões.
"Menos mal que esclareceram que os pedidos de desculpas eram para os telespectadores de áreas protegidas e circuitos especiais. Meus respeitos a quem redigiu essa nota", disse um leitor do meio oficialista.
"No entendo para que fazem esses programas se ninguém pode ouvi-los. Estamos no escuro. Pedem desculpas apenas para os circuitos especiais, o resto do povo que se dane. Não têm vergonha", expressou outro usuário.
O jornalista José Miguel Solís reconheceu que se trata de uma "difícil conjuntura para a rádio e a TV yumurinas". Ele expressou em suas redes sociais: "Confesso, é a primeira vez em 41 anos de trabalho na rádio que presenciamos tal fato".
A crise energética continua a se aprofundar
Os apagões em Cuba já ultrapassaram 20 horas em muitos territórios, e os geradores elétricos não estão mais dando conta. A situação em Matanzas é um reflexo do colapso do sistema elétrico nacional e da incapacidade do governo de sustentar seus próprios meios de comunicação.
Após cinco anos de constantes apagões em Cuba, o que mais surpreende não é a falta de eletricidade, mas a maneira como os cubanos reagiram, utilizando a história para expor o fracasso do socialismo.
Em 1958, uma emissora clandestina desafiava um governo em guerra. Em 2025, uma televisora estatal socialista não consegue permanecer ligada em uma cidade sob o controle do próprio regime.
Perguntas Frequentes sobre a Crise Energética em Cuba e seus Impactos em Matanzas
Por que Matanzas enfrenta apagões na rádio e televisão provinciais?
Matanzas sofre apagões no rádio e na televisão devido a restrições energéticas e problemas com o gerador que abastece os sinais da Radio 26 e TV Yumurí. Esta situação reflete o colapso do sistema elétrico nacional e a incapacidade do governo de manter em funcionamento seus próprios meios de comunicação.
Como têm reagido os cubanos aos apagões em Matanzas?
A resposta dos cubanos tem sido crítica e direta, usando a história do regime para expor seu fracasso. Muitos comparam a situação atual com a capacidade dos guerrilheiros em 1958 de manter uma emissora clandestina em condições adversas, enquanto em 2025 o Estado não consegue manter uma emissora de televisão operativa em Matanzas.
O que significa "áreas protegidas por circuitos especiais" no contexto dos apagões em Matanzas?
A frase "áreas protegidas por circuitos especiais" refere-se a zonas privilegiadas que mantêm o acesso à informação e ao fornecimento de eletricidade, enquanto o resto da população sofre com apagões prolongados. Isso gerou indignação nas redes sociais, onde os cubanos questionam por que apenas alguns têm acesso a esses privilégios.
Qual é o impacto da crise energética na vida diária dos residentes de Matanzas?
A crise energética em Matanzas, com apagões que podem durar mais de 20 horas, afeta gravemente a qualidade de vida dos residentes. Isso limita o acesso a serviços básicos como alimentos, água e atendimento médico, aumentando a frustração e o desconforto entre a população.
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