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O sacerdote Alberto Reyes Pías, conhecido por suas críticas ao regime de Cuba, fez um apelo ao povo para reagir e não continuar esperando que "alguém faça algo" para conseguir uma mudança no país.
O pároco da diocese de Camagüey questionou a passividade dos cubanos, que assumiram o papel de espectadores enquanto aumenta o desgosto social, o rejeição ao governo e o desejo de que termine o pesadelo cotidiano que parece eterno.
Em um texto compartilhado em seu mural do Facebook, Reyes foi categórico ao afirmar que uma mudança social em Cuba não ocorrerá sem dor, mas que nunca chegará se não houver vontade e se pessoas concretas não deixarem a passividade e tomarem decisões.
A seguir, CiberCuba compartilha o texto integral da publicação.
He estado pensando… (XCXIX) por Alberto Reyes Pías
Tenho pensado na ilusão de uma cura sem dor
Quando se toca na realidade do 'cubano comum', o que se percebe é um cansaço extremo e um desejo profundo de uma mudança radical na vida neste país. Escuto as pessoas e é como se revivesse as anedotas que me contavam sobre os últimos tempos de Batista: o tédio social, o desprezo visceral ao governo, as ansias cada vez mais profundas por um fim para um pesadelo cotidiano que parece interminável.
E, no entanto, somos um povo que começou a se concentrar em outras preocupações: as remessas serão interrompidas? Os voos de e para os Estados Unidos serão cancelados? A visita daqueles que emigraram será impedida...? Olhamos com horror para qualquer notícia que coloque em risco o que não queremos perder e deixamos a mente divagar como uma “louca da casa”: os preços subirão ainda mais? Os fornecedores acabarão? A fome aumentará...?
Eu entendo o desagradável da incerteza e o precário de nossa vida, e que neste momento ninguém sabe como isso vai terminar, nem o povo nem o governo. Mas também acredito que uma coisa é certa: a mudança não ocorrerá sem dor.
Durante anos, esperamos uma solução mágica, uma espécie de 'que alguém faça algo', enquanto assumimos que nosso papel é o de espectadores. É verdade que, nos momentos em que decidimos assumir o protagonismo da nossa história, a resposta do poder foi agressiva e impiedosa, mas, por outro lado, era esperada outra reação?
As conjunturas internacionais atuais podem ser mais ou menos favoráveis a uma mudança interna, mas o sistema que um dia se instaurou nesta terra sem a nossa vontade não terminará sem o uso da nossa vontade.
Uma mudança social tem suas raízes em pessoas concretas que, um dia, decidiram pensar, tomar decisões e agir em consequência, a partir de suas inevitáveis inseguranças.
Porque não é necessário, por exemplo, dizer aos quatro ventos que 'a guerra de todo o povo' é, além de uma estupidez, algo em que ninguém acredita, nem mesmo aqueles que a convocam, mas isso não diminui o medo na hora de decidir ficar em casa.
Não é necessário explodir e dizer que te trataram como um objeto útil quando o ônibus da empresa te pega e, ao invés de te levar ao trabalho, te deixa na marcha das tochas, mas sempre teremos a opção de nos afastar de lá e não participar, apesar do medo de enfrentar aqueles que te 'avisam' sobre as possíveis consequências da sua decisão.
Pacífico não é igual a passivo. E a mudança necessária ainda pode ser alcançada por meios pacíficos, mas nunca virá de atitudes passivas.
Bernard Shaw dizia: "Você vê as coisas como são e se pergunta: por quê? Eu sonho com coisas que nunca foram e me pergunto: por que não?".
E a mudança nesta ilha será imparável quando cada vez mais pessoas pararem, de fato, para se perguntar: 'Por que não pode ser diferente?', e fizerem o possível, apesar dos preços em potencial.
Perguntas frequentes sobre o chamado ao cambio social em Cuba por Alberto Reyes
Que mensagem Alberto Reyes transmite sobre a passividade do povo cubano?
Alberto Reyes critica fortemente a passividade do povo cubano, afirmando que a mudança nunca virá de atitudes passivas. Ele insiste que, para alcançar uma mudança social, é necessário que as pessoas deixem de ser espectadoras e tomem decisões ativas, apesar das possíveis consequências e do medo que possam enfrentar.
Como Alberto Reyes descreve a situação atual em Cuba?
Reyes descreve a situação em Cuba como um momento crítico, com miséria, repressão e desesperança. Ele se refere à crise generalizada, à falta de liberdades e aos problemas cotidianos, como a escassez de alimentos e medicamentos, e à falta de liberdade de expressão.
Qual é a postura de Alberto Reyes em relação ao regime cubano?
Alberto Reyes é um crítico fervoroso do regime cubano, denunciando a falta de direitos e liberdades, assim como a manipulação e repressão do governo. Defende uma mudança e estimula a população a lutar pela verdade e pela justiça, enfatizando que o regime não possui um projeto de nação e que se mantém no poder apenas através da repressão.
O que Alberto Reyes sugere para alcançar uma mudança em Cuba?
Reyes sugere que a mudança em Cuba deve partir da vontade individual de cada cidadão. Propõe que as pessoas assumam um papel ativo, questionem o sistema atual e tomem decisões corajosas a partir de suas respectivas posições, seja no âmbito judicial, educacional, empresarial ou militar, para promover um ambiente de justiça e verdade.
Qual é a visão de futuro de Alberto Reyes para Cuba?
Alberto Reyes imagina um futuro para Cuba onde haja liberdade, prosperidade e reconciliação, um país onde ninguém queira ir embora e todos desejem viver. Em sua visão, Cuba seria um lugar sem presos políticos, com um sistema de justiça respeitoso e uma liberdade de expressão plena, onde as forças de segurança sejam vistas como protetoras e não como instrumentos de medo.
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