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O Natal, que em outras partes do mundo é sinônimo de alegria e esperança, está sendo vivido este ano em Cuba sob um manto de precariedade, incerteza e desespero, conforme descreve o sacerdote cubano Alberto Reyes.
Em entrevista ao Martí Noticias, Reyes, que desde sua infância na década de 1970, lembra como a celebração dessas datas, embora oficialmente proibida, se mantinha viva dentro das igrejas, sente que o cenário natalino atual é sombrio.
“A Natal traz uma mensagem de alegria, mas muitas pessoas a estão recebendo em meio à desesperação, sem saber como será o amanhã. Isso é muito duro”, refletiu sobre um país marcado pela crise econômica, pela emigração em massa e pela repressão política
Segundo ele, este não é apenas o pior Natal desde 1959, mas talvez de toda a história cubana. Apagões constantes, escassez de alimentos e medicamentos, e uma incerteza que devora o espírito dos cubanos fazem parte do cenário atual.
Apesar das ameaças e atos de repúdio contra ele, Reyes decidiu permanecer em Cuba, tornando-se uma das vozes mais críticas do regime.
Entre muitas coisas, questiona a inação das autoridades diante do sofrimento do povo: “Como é possível que aqueles que dizem proteger o povo o tenham lançado em tanta miséria? Creio que nem eles mesmos conseguem viver em paz, pois sabem que este povo pode explodir a qualquer momento.”
A fé como pilar em tempos sombrios
Em meio a esse panorama, o sacerdote enfatiza a importância da fé e da esperança como motores de resistência. Para Reyes, Deus tem um plano mesmo no meio do sofrimento: “A cruz parecia uma desgraça, mas foi o início da salvação. Em cada desafio há uma bênção oculta, e embora a noite seja escura, a aurora chegará”.
Além disso, enviou uma mensagem aos presos políticos que passarão este Natal na prisão, agradecendo-lhes pela coragem: “Obrigado por levantar a voz por aquilo que todos desejamos. Não desistam. Este tempo passará, mas não permitam que o ódio e o ressentimento os conquistem. O perdão é o caminho para a liberdade plena.”
Um apelo à reflexão e à ação
Em seu diálogo com Martí Noticias, Reyes também fez um apelo às autoridades cubanas, instando-as a reconhecer o sofrimento do povo e a agir para aliviá-lo: “Não é vida para ninguém, nem para o povo nem para eles mesmos. Apegar-se ao poder apenas prolonga a agonia coletiva.”
Em meio às dificuldades, o sacerdote convida os cubanos a manter viva a esperança e a não deixar de acreditar em um futuro melhor: “A noite não será eterna. Um dia, a liberdade florescerá nesta terra.”
Nesta Natal, para muitos cubanos, será um lembrete não apenas das carências materiais, mas também da luta constante pela dignidade e pelos direitos fundamentais. Reyes, a partir de sua fé, insiste que a resistência e a esperança são as chaves para avançar em direção a uma mudança.
Perguntas frequentes sobre o Natal em Cuba e a crítica social de Alberto Reyes
Qual é a mensagem principal de Alberto Reyes sobre o Natal em Cuba?
O sacerdote Alberto Reyes exorta os cubanos a celebrar o Natal como uma expressão de esperança e fé, apesar das adversidades e da crise que o país enfrenta. Ele ressalta a importância de se concentrar no significado espiritual do Natal, além das dificuldades materiais e das restrições impostas pelo regime.
Como Alberto Reyes descreve a situação atual em Cuba?
Alberto Reyes descreve a situação em Cuba como um momento terminal, caracterizado pela miséria, repressão e desesperança. Ele critica o regime pela manipulação e controle, e destaca a falta de liberdades e os problemas do dia a dia, como a escassez de alimentos, medicamentos e liberdade de expressão.
Qual é a postura de Alberto Reyes em relação ao regime cubano?
Alberto Reyes é um crítico fervoroso do regime cubano, denunciando a falta de direitos e liberdades, assim como a manipulação e repressão que os cidadãos enfrentam. Ele defende uma mudança e incentiva a população a lutar pela verdade e pela justiça.
O que simboliza o Natal para Alberto Reyes no contexto cubano?
Para Alberto Reyes, o Natal simboliza a chegada de Deus Salvador e representa um momento de esperança e luz em meio à escuridão e às dificuldades enfrentadas pelo povo cubano. É uma celebração que convida à reflexão e a manter viva a esperança de um futuro melhor.
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