Alberto Reyes e o Natal em Cuba: "Celebramos o Deus da esperança em meio à mesma pergunta: Até quando?"

Reyes incita os cubanos a celebrar o Natal e ressalta a fé em Deus como luz e esperança diante da crise, da repressão e das promessas não cumpridas do regime.

Sacerdote cubano Alberto Reyes © Captura de video de YouTube de Martí Noticias
Sacerdote cubano Alberto ReyesFoto © Captura de vídeo do YouTube de Martí Notícias

Vídeos relacionados:

O sacerdote cubano Alberto Reyes convocou seus compatriotas a celebrar o Natal, apesar da crise que afeta a maioria da população na Ilha, onde muito poucos têm motivos para festejar.

Reyes, um fervoroso crítico do regime, lembrou que, além dos símbolos que esta data gera ao seu redor: luzes, presentes, ceias familiares, canções natalinas, festas... seu verdadeiro significado é celebrar a chegada ao mundo do Deus Salvador, a quem todos devem seguir para vencer o mal e construir uma humanidade melhor.

E os cubanos também devem celebrar o Deus que é luz, mesmo sem eletricidade nas casas; o da verdade, em meio a um mar de mentiras, promessas vazias e discursos obsoletos; o Deus da liberdade, com prisões cada vez mais cheias de presos políticos; o Deus da esperança, no meio da mesma e recorrente pergunta: "Até quando?".

A seguir, CiberCuba compartilha o texto completo da publicação.

Tenho refletido... (XCVI) por Alberto Reyes Pías

Tenho pensado no próximo Natal

Uma das qualidades da humanização é gerar um contexto para um evento. Assim, um aniversário, um aniversário de casamento, o nascimento de um filho, o dia das mães ou dos pais, e até mesmo a morte de um ente querido, se revestem de sinais, gestos e atos que realçam o que se comemora.

Isso ocorre também com o religioso: o batismo de um filho, a primeira comunhão, um casamento... não se limitam ao simples ato que os gera, mas se expandem em mil e uma formas de lhes dar maior conotação.

O Natal não apenas passa por esse processo, mas é um dos eventos que mais signos gera ao seu redor: luzes, presentes, jantares, canções, festas, encontros de todo tipo..

Pode isso nos distrair do essencial? Sim, mas isso também é evitável, e ainda assim, além de todos os sinais que acompanham o Natal, sempre estará lá a sua raiz, o seu sentido: a chegada a este mundo do Deus Salvador, a decisão do Deus omnipotente de se tornar vulnerável para nos unir a Ele e nos ajudar a vencer o mal e a construir uma humanidade melhor.

Captura do Facebook / Alberto Reyes

E isso sempre poderemos celebrar, e o celebraremos.

Celebraremos ao Deus que é luz em meio à escuridão esmagadora e desesperadora de nossos lares, e da escuridão de mente e coração de nossos governantes, que se tornaram incapazes de compreender a luz.

Celebraremos ao Deus dos encontros em meio a um povo dividido entre aqueles que decidiram ser livres e dizem: “Basta!” e aqueles que continuam defendendo a mão que cada vez mais aperta sua garganta e escolheram marchar com ela rumo ao nada.

Celebraremos o Deus da verdade em meio a um mar de mentiras, promessas vazias, discursos obsoletos e absurdos.

Celebraremos a Deus da liberdade em meio a um ambiente repressivo, com prisões cada vez mais cheias de presos políticos e sob o olhar ameaçador daqueles que decidiram transformar esta ilha em uma prisão, um imenso e opressor campo de concentração.

Celebraremos a Deus dos encontros a partir da dor de não ter ao nosso lado aqueles que amamos: filhos, pais, netos, esposo, esposa, amigos... que se foram para não voltar, que emigraram para ter uma vida digna e oferecê-la, na medida do possível, àqueles que aqui permaneceram, ao custo de viver separados pelo mar implacável.

Celebraremos o Deus da esperança em meio ao deserto, da noite, do nada, em meio a um horizonte vazio e sem luz, em meio à mesma e recorrente pergunta: “Até quando, até quando, até quando...?”

Mas celebraremos, porque o Natal se reveste de um manto bonito, mas é mais, muito mais do que esse manto; é a experiência profunda do Deus que fala ao coração, que sustenta nas provas, que alimenta a esperança e ilumina a alma. Esse Deus vem, vem sempre, e o que Ele provoca na alma nunca poderá ser suprimido por nenhuma corrente humana.

Perguntas frequentes sobre o Natal em Cuba e a crítica social de Alberto Reyes

Qual é a mensagem principal de Alberto Reyes sobre o Natal em Cuba?

O sacerdote Alberto Reyes convoca os cubanos a celebrar o Natal como uma expressão de esperança e fé, apesar das adversidades e da crise que o país enfrenta. Ele ressalta a importância de se concentrar no sentido espiritual do Natal, além das dificuldades materiais e das restrições impostas pelo regime.

Como Alberto Reyes descreve a situação atual em Cuba?

Alberto Reyes descreve a situação em Cuba como um momento de fim de ciclo, caracterizado pela miséria, repressão e desespero. Ele critica o regime por sua manipulação e controle, e destaca a falta de liberdades e os problemas do dia a dia, como a escassez de alimentos, medicamentos e liberdade de expressão.

Qual é a postura de Alberto Reyes sobre o regime cubano?

Alberto Reyes é um crítico fervoroso do regime cubano, denunciando a falta de direitos e liberdades, assim como a manipulação e a repressão que os cidadãos enfrentam. Ele defende uma mudança e incentiva a população a lutar pela verdade e pela justiça.

O que a Natal simboliza para Alberto Reyes no contexto cubano?

Para Alberto Reyes, o Natal simboliza a chegada do Deus Salvador e representa um momento de esperança e luz em meio à escuridão e às dificuldades enfrentadas pelo povo cubano. É uma celebração que convida à reflexão e a manter viva a esperança de um futuro melhor.

Comentar

Arquivado em:

Redação da CiberCuba

Equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias precisas e análises críticas.