Régimen cubano libera jovem condenada pelo 11J em Camagüey

A jovem camagüeyana esteve recluída na prisão conhecida como Campamento El Anoncillo por participar nas protestas antigovernamentais de 11 de julho de 2021.

A presa política ao lado de sua mãe, na saída da prisão nesta quarta-feiraFoto © Facebook/Reyna Luiza Batista Silva

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Reyna Yacnara Barreto Batista, jovem presa política do 11J em Camagüey, foi libertada nesta quarta-feira, conforme informou em redes sociais sua mãe, Reyna Luiza Batista Silva.

"Feliz, minha filha em liberdade. Obrigado, meu Deus, por me dar essa alegria, agradeço à minha família, aos meus filhos, aos meus amigos e a todas aquelas pessoas que nunca nos viraram as costas", escreveu no Facebook Batista Silva junto a uma foto na companhia de sua filha.

"Foi o primeiro julgamento realizado em toda Cuba dos participantes do 11J e agora é a primeira mulher a desfrutar das novas mudanças que se aproximam", acrescentou.

Captura de Facebook/Reyna Luiza Batista Silva

A jovem camagüeyana esteve recluída na prisão conhecida como Campamento El Anoncillo por participar das protestas de 11 de julho de 2021.

Três meses depois daquelas manifestações maciças, Barreto Batista, com apenas 21 anos, foi condenada a quatro anos de trabalho correcional com internamento, sob a acusação de desordem pública e atentado.

O regime cubano negou o direito à liberdade condicional em duas ocasiões: primeiro em agosto de 2023, e depois em agosto de 2024.

A acusação contra Barreto Batista baseou-se em sua resistência diante de um policial uniformizado que tentou neutralizá-la durante os protestos do 11J.

O incidente foi registrado em um vídeo divulgado nas redes sociais. No entanto, em vez de ser utilizado como evidência da agressão sofrida, o regime usou o material audiovisual contra a jovem.

Este 14 de janeiro, pouco depois que a Administração Biden anunciou a retirada de Cuba da lista de estados patrocinadores do terrorismo e a suspensão do Título III da Lei Helms-Burton, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba (MINREX) anunciou a iminente libertação de 553 pessoas condenadas por "diversos delitos" na ilha.

O MINREX destacou que as libertações ocorrem "no espírito do Jubileu Ordinário do Ano 2025" e após negociações com a Igreja Católica, o Vaticano e a mediação do Papa Francisco.

Segundo a declaração oficial, Miguel Díaz-Canel enviou uma carta ao Sumo Pontífice para informá-lo da decisão.

A organização Amnistía Internacional (AI) exigiu ao regime a liberação imediata de todos os prisioneiros políticos em Cuba.

“Diante do anúncio do governo cubano de conceder benefícios penais a 553 pessoas, exigimos a liberação imediata de todas as pessoas injustamente encarceradas por exercerem seus direitos em Cuba, particularmente as pessoas presas de consciência”, declarou em um comunicado divulgado através da rede social X.

A Anistia Internacional lembrou que atualmente mais de 600 pessoas estão detidas por sua participação em protestos desde 2021 e destacou que os presos de consciência Luis Manuel Otero Alcántara, Maykel Castillo Pérez (Osorbo), José Daniel Ferrer García, Loreto Hernández García, Donaida Pérez Paseiro, Roberto Pérez Fonseca, Félix Navarro, Sayli Navarro e Luis Robles continuam privados de liberdade.

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