Trump intensifica a pressão: mais navios com petróleo venezuelano podem ser confiscados para enfraquecer Maduro



Os EUA intensificam ações contra o petróleo venezuelano, afetando as finanças de Maduro e Cuba. As apreensões e sanções impactam exportações cruciais, gerando tensão internacional.

As ações de Washington buscam estrangular as finanças do chavismo e sua aliança com CubaFoto © X/A Casa Branca e Wikimedia Commons

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A ofensiva dos Estados Unidos contra a indústria petrolífera venezuelana entrou em uma fase mais agressiva, enquanto planeja confiscar mais embarcações como parte de uma campanha para desestabilizar financeiramente o governo de Nicolás Maduro.

A operação executada pelo Buró Federal de Investigação (FBI), Investigaciones de Seguridad Nacional (HSI) e a Guarda Costeira dos Estados Unidos, com apoio do Departamento de Guerra, mirou um carregamento avaliado em cerca de 80 milhões de dólares, equivalente a cerca de 5% do montante que a Venezuela destina a cada mês para a importação de bens essenciais.

Segundo o jornal The Wall Street Journal, citado pelo portal de notícias Infobae, esse golpe afeta mais profundamente o chavismo do que os ataques a embarcações ligadas ao narcotráfico, pois coloca em risco o fluxo de petróleo do qual depende a sobrevivência do governo.

A importância do petróleo é crucial, pois as vendas de petróleo bruto historicamente representaram mais de 90% da receita de exportação da Venezuela. Além disso, pessoas próximas ao mandatário foram acusadas de se apropriar de parte dos bilhões de dólares gerados anualmente por esta indústria, segundo The Wall Street Journal.

A Casa Branca confirmou que ficará com o petróleo transportado pelo navio Skipper, previamente sancionado por transportar petróleo iraniano, enquanto os investigadores interrogam a tripulação sob uma ordem judicial, informou por sua vez a emissora France 24.

O impacto já é sentido nos portos venezuelanos, onde uma dúzia de navios aguardava em frente ao principal terminal petroleiro do país, sem que nenhum deles se atrevesse a atracar.

Em operações normais, pelo menos 10 embarcações deveriam estar carregando simultaneamente.

Um funcionário portuário relatou um absenteísmo generalizado entre os trabalhadores por medo de futuras ações dos Estados Unidos.

A ofensiva de Washington inclui um aumento do despliegue militar no Caribe, ataques a embarcações acusadas de narcotráfico e ameaças explícitas de bombardeio.

Trump, com seu estilo habitual, afirmou que os “dias de Maduro estão contados” e não descartou uma invasão terrestre se o regime de Maduro mantiver seu desafio.

A Casa Branca insiste que a apreensão busca frear o tráfico de petróleo sancionado que financia o que considera ser “narcoterrorismo de regimes ilegítimos”.

A pressão não se dirige apenas a Venezuela. O meio de comunicação americano Axios revelou que o petroleiro capturado estava a caminho de Cuba como parte de uma rede ilegal que abastece a ilha com petróleo venezuelano e iraniano.

Fontes citadas pelo meio descreveram um esquema pelo qual Havana revende petróleo no mercado negro internacional, envolvendo familiares de Raúl Castro.

Para Washington, trata-se de um “duplo golpe”, nas finanças de Maduro e nos interesses do aparelho cubano que o apoia.

O departamento do Tesouro adicionou sanções contra mais de uma dúzia de operadores e empresas, incluindo familiares de Cilia Flores, esposa de Maduro.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, acusou o governo venezuelano de “inundar os Estados Unidos com drogas”, enquanto Caracas qualificou a operação como um “ato de pirataria internacional” e denunciou o “sequestro” da tripulação.

A ONU expressou preocupação com a escalada e pediu moderação para evitar uma desestabilização regional.

Enquanto isso, o economista venezuelano Francisco Rodríguez, da Universidade de Denver, alertou ao The Wall Street Journal que a apreensão de um navio por mês seria suficiente para empurrar a Venezuela de volta à recessão, em um contexto em que o país já é obrigado a vender petróleo com grandes descontos e a esvaziar suas reservas internacionais para conter a inflação.

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