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A administração de Donald Trump defendeu nesta quinta-feira sua política de imigração rigorosa durante uma tensa audiência no Congresso, na qual a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, foi severamente interrogada por legisladores democratas e enfrentou protestos dentro e fora da sala.
Segundo reportou Associated Press (AP), Noem justificou a intensificação das operações de imigração, deportações e restrições migratórias, assegurando que os Estados Unidos enfrentam “uma ameaça real” devido à presença de estrangeiros sem status legal.
“O que me tira o sono é não saber quem está dentro deste país e quais são suas intenções”, afirmou a funcionária durante a sessão do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes.
A audiência, dedicada a analisar as ameaças à segurança nacional, resultou em um confronto político entre republicanos e democratas.
Os aliados de Trump elogiaram Noem por “manter o país seguro”, enquanto a oposição a acusou de abuso de poder e violações de direitos humanos na aplicação das políticas migratórias.
O congressista democrata Bennie Thompson, do Mississippi, criticou o uso de vastos recursos públicos para implementar “uma agenda extrema” e exigiu a renúncia de Noem.
“Preste um verdadeiro serviço ao país e renuncie”, reclamou.
Protestos interromperam a sessão várias vezes com gritos de "¡Qué vergüenza!" contra a secretária, que deixou o recinto escoltada após a primeira parte da audiência realizada a portas fechadas.
Desde seu retorno ao poder em janeiro, Trump tornou a imigração um dos pilares de seu novo mandato, prometendo deportações em massa, a ampliação do muro fronteiriço com o México e um aumento significativo do pessoal de controle migratório.
AP destacou que sob a nova administração, o número de detidos em centros de imigração disparou, e as deportações incluem casos de pessoas transferidas para países onde não nasceram.
A Casa Branca assegura que as medidas visam “proteger a segurança do país” e “restabelecer a legalidade nas fronteiras”.
Durante a audiência, os democratas questionaram ainda o recente caso de Kilmar Abrego García, um migrante deportado por engano para El Salvador, cuja liberação foi ordenada por um juiz federal enquanto Noem prestava depoimento no Congresso.
A funcionária, sem se referir ao caso, reiterou que "os Estados Unidos estão restaurando a ordem migratória e acabando com anos de negligência na fronteira".
O Comitê concluiu a sessão sem resoluções concretas, mas com novas divisões políticas sobre o alcance e a legalidade das medidas migratórias promovidas pelo governo.
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