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A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kristi Noem, reforçou a mensagem de endurecimento do governo de Donald Trump em matéria migratória, ao publicar duas declarações no X nas quais defendeu as ações de seu departamento e agradeceu pela oportunidade de expor diante dos legisladores as ameaças que, segundo ela, o país enfrenta.
Em sua primeira mensagem, Noem afirmou que "sob a liderança do presidente Trump" o Departamento de Segurança Nacional (DHS) está desmantelando o crime organizado transnacional, impedindo a entrada de drogas letais e contendo a imigração ilegal, devolvendo a "lucidez" ao sistema migratório e protegendo a infraestrutura crítica dos Estados Unidos contra ciberataques.
"O povo americano confia que o DHS estará sempre alerta, ágil e receptivo. Nunca cederemos, nunca fraquejaremos e nunca recuaremos", acrescentou.
Um segundo tuíte acompanhou sua mensagem, desta vez expressando gratidão por ter comparecido ao Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes.
"O DHS continuará cumprindo a promessa do presidente Trump de fazer com que os Estados Unidos voltem a ser seguros", destacou.
Uma mensagem alinhada com uma jornada marcada pela polêmica
As publicações de Noem chegam após uma audiência especialmente tensa no Congresso, onde a funcionária compareceu diante de um subcomitê para discutir ameaças globais à segurança nacional.
Durante sua intervenção, acendeu o debate migratório ao afirmar que os agentes do Serviço de Imigração e Aduanas (ICE) e a Patrulha Fronteiriça "estão fazendo o trabalho de Deus", declaração celebrada publicamente pelo ICE.
Noem criticou aqueles que condenam as deportações e as operações de controle migratório, acusando-os de "defender pessoas que violam a lei" e de colocar em risco os agentes.
Descreveu os oficiais como "homens e mulheres honoráveis" que protegem suas comunidades e criticou os legisladores que se opõem às políticas migratórias do governo.
A ICE sustentou sua posição ao divulgar números sobre um suposto aumento de 8.000% nas ameaças de morte contra seus agentes e de mais de 1.000% nas agressões, argumentos que a administração usa para justificar uma retórica cada vez mais dura.
Audiência tensa e protestos dentro do Congresso
Segundo Associated Press, a sessão diante do Comitê de Segurança Nacional rapidamente se transformou em um confronto político.
Enquanto os aliados de Trump elogiaram Noem por "manter o país seguro", os legisladores democratas questionaram a legalidade e o impacto humanitário das medidas, denunciando abusos de poder e violações dos direitos humanos.
"O que me tira o sono é não saber quem está dentro deste país e quais são suas intenções", afirmou a funcionária durante a sessão da Câmara dos Representantes.
O congressista democrata Bennie Thompson pediu diretamente sua renúncia: "Faça um verdadeiro serviço ao país e renuncie", exigiu.
A audiência foi interrompida várias vezes por manifestantes que gritavam "Vergoña a ti!" para Noem, que teve que deixar o recinto acompanhada antes de continuar sua comparecimento a porta fechada.
As políticas migratórias sob Trump voltam ao centro do debate
Desde seu retorno ao poder em janeiro, Trump transformou a imigração em um dos pilares de sua administração: deportações em massa, expansão do muro fronteiriço e aumento do efetivo de controle migratório fazem parte de sua estratégia.
De acordo com AP, os centros de detenção agora apresentam taxas de ocupação mais altas, e foram relatadas deportações de pessoas enviadas para países onde não nasceram.
Durante a audiência no Congresso, veio à tona o caso de Kilmar Abrego García, um migrante deportado por engano para El Salvador, cuja liberação havia sido ordenada por um juiz federal.
A secretaria evitou referir-se ao incidente, reiterando que o país está "restaurando a ordem migratória e acabando com anos de negligência nas fronteiras".
A sessão concluiu sem acordos, mas com uma polarização ainda mais acentuada em relação à trajetória migratória do país.
Nesse contexto, os tuítes de Noem visam reforçar seu alinhamento com a agenda de Trump, sublinhando uma mensagem de firmeza que contrasta com as duras críticas e o ambiente de confrontação que dominaram sua passagem pelo Congresso.
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