Sacerdote cubano Alberto Reyes questiona a excarcereração de presos: "Por que não se faz o mesmo com todos?"

A Reyes preocupa o que vai acontecer com os liberados: se os condicionarão a sair de Cuba, se poderão reintegrar à sociedade ou se lhes tornarão a vida impossível.

Sacerdote cubano Alberto ReyesFoto © Captura de vídeo do YouTube / Voces de Cuba

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O sacerdote cubano Alberto Reyes, fervoroso crítico da ditadura, questionou a liberação de 553 presos que o governo está promovendo após uma negociação com os Estados Unidos com a mediação do Vaticano.

Em uma reflexão publicada no Facebook, disse que embora fique feliz com a libertação desses 553, considera que o regime faz "chantagem" ao usá-los como moeda de troca e se preocupa com o que lhes acontecerá: se serão condicionados a deixar Cuba, se poderão se reintegrar pacificamente na sociedade ou se farão de suas vidas um inferno.

Reyes, da diocese de Camagüey, critica também que não tenham sido liberados todos os presos políticos.

Também se questiona o que acontecerá quando houver mais protestos e se esse processo de libertação não é para desocupar algumas celas, que logo serão preenchidas quando o povo voltar a sair às ruas.

A seguir, CiberCuba compartilha o texto completo da publicação.

Tenho pensado... (XCVIII) por Alberto Reyes Pías

Tenho pensado nos sujos mecanismos da manipulação

No puedo evitar sentirme sumergido en eso que llamamos 'sentimientos encontrados'. Por una parte, mi espíritu se alegra inmensamente por la excarcelación de parte de nuestros presos políticos, pero por otra, el verlos tratados de maneira grosseira como moedas de troca a favor da continuidade do mal hace que surja lo peor de mí.

Para empezar, el encarcelamiento por motivos políticos es una violación de la libertad personal de los individuos. De hecho, não deveria haver prisioneiros políticos, pero usarlos como mercancía es no reconocer no sólo su derecho a la libertad de expresión sino su propia dignidad, su propio valor como personas.

Por otra parte, O que acontecerá com aqueles que não serão libertados? Se isso realmente responde a 'um gesto de boa vontade', por que não se faz o mesmo com todos?

Me pregunto además, O que vai acontecer com os que saíram? Serão condicionados a deixar o país, queiram ou não? Será permitido que se reintegre pacificamente na sociedade, ou a vida deles será um inferno?

Y Quando houver mais e mais protestos, o que acontecerá? ¿Es que la excarcelación de estas personas es, además de un chantaje, la desocupación de unas celdas que pronto serán rellenadas? Porque este povo, antes ou depois, terá que sair às ruas, si no a pedir un cambio de sistema, al menos a reclamar otra vida.

Captura de Facebook / Alberto Reyes

Ahora bien, más allá de la noticia de aquellos que podrán volver a sus casas, de la salida de Cuba de la lista de países patrocinadores del terrorismo, y de las concesiones hechas al gobierno cubano, no podemos dejar de mirar lassoluções profundas necessárias que dependem de decisões internas e que nada têm a ver com os Estados Unidos.

Porque Cabe a este governo reconhecer o direito dos cidadãos de expressar publicamente suas opiniões, incluso si dentro de esos criterios está su deseo de un cambio de sistema.

Toca a este gobierno deixar de reprimir e de exercer violência sobre aqueles que decidirem se manifestar pacificamente por cualquier medio.

Toca a este gobierno reconhecer o direito deste povo à diversidade de opções políticas, al sano pluripartidismo, y a la posibilidad de definir en las urnas el sistema político que se prefiera elegir.

Cabe a este governo permitir a existência deste povo, instaurar um estado de direito que possibilite que o cidadão comum deixe de estar vulnerável e indefeso diante dos caprichos do poder. Este governo deve respeitar a voz do povo e parar de ignorá-lo e excluí-lo das decisões sobre o presente e o futuro deste país.

Y nos cabe a nosotros, cada um de onde lhe compete, reivindicar uma e outra vez o que nos pertence por direito, o que nunca ninguém deveria ter nos tirado".

Perguntas frequentes sobre a crítica de Alberto Reyes ao regime cubano e a libertação de presos

Por que Alberto Reyes critica a libertação de presos em Cuba?

Alberto Reyes critica a libertação de prisioneiros porque considera que o regime cubano os utiliza como moedas de troca em negociações internacionais, sem respeitar sua dignidade nem o direito à liberdade. Questiona por que não são liberados todos os prisioneiros políticos e teme que esta medida seja apenas um "gesto de boa vontade" para desocupar celas que logo voltarão a se encher.

O que acontecerá com os prisioneiros que foram liberados, segundo Alberto Reyes?

Alberto Reyes se pergunta se os presos liberados serão forçados a abandonar o país ou se poderão reintegrar pacificamente na sociedade cubana. Também teme que o regime possa dificultar-lhes a vida, o que reflete sua desconfiança em relação às intenções do governo cubano.

Qual é a crítica de Reyes sobre o uso dos presos políticos pelo regime cubano?

Reyes critica o regime cubano por utilizar os presos políticos como instrumentos de manipulação, destacando que seu encarceramento é uma violação dos direitos humanos e um chantagem para manter o poder. Salienta que essa prática demonstra a falta de respeito pela liberdade de expressão e pela dignidade humana.

O que Alberto Reyes propõe para enfrentar a situação política em Cuba?

Alberto Reyes defende uma mudança em Cuba que permita a liberdade de expressão e o respeito aos direitos humanos. Ele apela ao governo para reconhecer o direito dos cidadãos de se manifestarem pacificamente e de estabelecer um sistema político pluralista que reflita a vontade do povo cubano.

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