Luis Manuel Otero e sua família não foram informados sobre uma possível excarcereração

Luis Manuel Otero Alcántara, líder do Movimento San Isidro (MSI), até o momento não figura entre os 553 presos políticos que o regime prometeu libertar. Sua resistência artística continua a inspirar, mesmo após os muros de Guanajay.

Luis Manuel Otero AlcántaraFoto © Facebook / Luis Manuel Otero Alcántara

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O regime cubano iniciou nesta quarta-feira a liberação de vários presos políticos; no entanto, nem Luis Manuel Otero Alcántara, líder do Movimento San Isidro (MSI), nem sua família receberam informações sobre sua possível liberdade.

A conta na rede social X, dedicada à luta pela libertação do ativista e artista visual Luis Manuel Otero Alcántara, informou sobre a incerteza em torno de sua situação. Em uma publicação, apontaram que receberam múltiplas consultas sobre seu caso.

“Ante a recente liberação de alguns manifestantes de 11 de julho de 2021 no contexto de negociações internacionais das quais a sociedade civil cubana não participou, meios de comunicação e amigos nos perguntaram sobre Luis Manuel Otero Alcántara”, destacaram na mensagem.

A publicação acrescentou que, até o momento, nem a família de Luis Manuel Otero Alcántara nem o próprio ativista receberam informações sobre uma possível libertação, apesar de terem mantido comunicação com ele no dia anterior.

“Nestes mais de 3 anos de encarceramento injusto, Otero Alcántara fez seis greves de fome exigindo sua liberdade”, ressaltaram, enfatizando a resistência do líder do Movimento San Isidro diante das condições de sua detenção e sua luta constante pelos direitos humanos em Cuba.

A mensagem também destacou as duras condições que Luis Manuel Otero Alcántara enfrentou durante seu encarceramento: “Ele adoeceu em várias ocasiões, foi privado do seu direito a receber visitas, a tirar seus desenhos da prisão e teve que sobreviver em um ambiente de constante perigo”.

Luisma, como o chamam seus amigos, “abriu simbolicamente há várias semanas a porta da sua cela com a obra Fe de Vida, uma crítica direta à hipocrisia que, segundo ele, representa a Bienal de Havana e as instituições, curadores e artistas que a apoiam, acrescentou a publicação.

A mensagem destacou que Otero tem utilizado sua arte como uma forma de resistência e inspiração, mesmo desde seu confinamento: “E esta não é a única vez que Luis, com seu trabalho, se rebelou e inspirou desde que está na prisão, seu ímpeto há muito derrubou os muros de Guanajay, onde o regime pensa que o silencia”.

Finalmente, enfatizaram que, embora o líder do MSI não seja incluído entre os 553 presos políticos que o regime prometeu libertar, seus amigos e próximos não se desanimarão.

"La batalha sempre foi outra: nos livrarmos da ditadura cubana. E até que não cheguemos a isso, não vamos parar. ¡Liberdade para todos os prisioneiros políticos cubanos!", concluiu a mensagem, deixando claro que a luta pela liberdade e pelos direitos humanos em Cuba continua.

Ao longo da manhã desta quarta-feira, começou a liberação dos primeiros presos políticos do 11J, fruto de negociações com os EUA e com a mediação do Vaticano.

As autoridades da prisão de Guamajal, na província de Villa Clara, notificaram que as irmãs Lisdani e Lisdiani Rodríguez Isaac, prisioneiras políticas naturais do município de Placetas, seriam libertadas, conforme informou à CubaNet, a mãe de ambas, Bárbara Isaac Rojas.

Outro dos liberados foi Rowland Castillo, um dos menores encarcerados no bairro da capital Toyo, no município de Dez de Outubro.

Reyna Yacnara Barreto Batista, jovem presa política do 11J em Camagüey, foi libertada também nesta quarta-feira, conforme informou nas redes sociais sua mãe, Reyna Luiza Batista Silva.

"Foi o primeiro julgamento realizado em toda Cuba dos participantes do 11J e agora é a primeira mulher a desfrutar das novas mudanças que se aproximam", escreveu no Facebook Batista Silva acompanhado de uma foto com sua filha.

Também foi liberado Liván Hernández Sosa, conforme relatou nas redes a plataforma Cántalo TV a partir de uma publicação nas redes de Yalianys Carrazana, esposa do preso político.

Liberada foi também Donaida Pérez Paseiro, que em encontro com seus vizinhos declarou que continuaria na luta pela liberdade de Cuba.

A plataforma Cubalex informou que, até o momento, 14 presos políticos haviam sido libertados. Eles são:

-César Adrián Delgado Correa.
-Dariel Cruz García.
-Donaida Pérez Paseiro.
-Jorge Gabriel Arruebarruena León.
-José Miguel Gómez Mondeja.
-Katia Beirut Rodríguez.
-Liván Hernández Sosa.
-Lisdany Rodríguez Isaac.
-Magdiel Rodríguez García.
-Mailene Noguera Santiesteban.
-Reyna Yacnara Barreto Batista.
-Rogelio Lázaro Domínguez Pérez.
-Yessica Coimbra Noriega.

A organização precisou que as duas figuras que o regime cubano está utilizando até agora para liberar os prisioneiros políticos são a liberdade condicional e a licença extrapenal.

Perguntas frequentes sobre a situação de Luis Manuel Otero Alcántara e a libertação de prisioneiros políticos em Cuba

Luis Manuel Otero Alcántara foi liberado como parte da recente soltura de prisioneiros políticos em Cuba?

Não, Luis Manuel Otero Alcántara não foi liberado na recente soltura de presos políticos anunciada pelo regime cubano. Até o momento, nem ele nem sua família receberam informações sobre uma possível soltura, apesar da liberação de outros presos políticos como parte de negociações internacionais.

Por que Luis Manuel Otero Alcántara foi preso?

Luis Manuel Otero Alcántara foi preso em 11 de julho de 2021 durante os protestos antigovernamentais em Cuba. Ele foi condenado a cinco anos de prisão por acusações de "desordens públicas", "desacato" e "ultraje aos símbolos patrióticos", em um julgamento que organizações como a Anistia Internacional consideram arbitrário e politizado.

O que Luis Manuel Otero Alcántara fez desde a prisão para protestar pela sua situação?

Otero Alcántara fez várias greves de fome e continua a usar sua arte como ferramenta de resistência desde a prisão. Ele lançou convocatórias artísticas e continuou a criar obras que foram expostas internacionalmente, desafiando as restrições impostas pelo regime cubano.

Como a comunidade internacional reagiu ao encarceramento de Luis Manuel Otero Alcántara?

A comunidade internacional demonstrou seu apoio a Luis Manuel Otero Alcántara, com organizações como a Amnistia Internacional exigindo sua libertação imediata. Otero Alcántara foi reconhecido internacionalmente por seu ativismo e resistência pacífica, recebendo prêmios como o Prêmio Rafto de Direitos Humanos na Noruega.

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