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O Governo de Cuba reagiu à incautaçãode um segundo navio petroleiro em águas internacionais do Mar Caribe, frente às costas da Venezuela, uma operação atribuída a forças dos Estados Unidos.
A resposta oficial foi expressa pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, por meio de uma mensagem publicada em X.
Em sua declaração, Rodríguez Parrilla condenou o ocorrido e qualificou a ação como um "novo ato de pirataria e terrorismo marítimo" por parte das forças estadounidenses contra um petroleiro e sua tripulação.
Segundo o chanceler cubano, o fato constitui uma reiteração de uma conduta de "total desrespeito e violação do Direito Internacional, do Direito Marítimo e da liberdade de navegação e comércio".
Também alertou a comunidade internacional sobre o que descreveu como uma nova provocação dos Estados Unidos contra a Venezuela, que -afirmou- busca escalar a agressão contra o território venezuelano e apropriar-se de seus recursos naturais.
A reação de Havana ocorre após se saber que os Estados Unidos interceptaram e apreenderam um barco frente às costas da Venezuela, em águas internacionais, em uma operação liderada pela Guarda Costeira americana.
Três funcionários dos Estados Unidos confirmaram o fato à agência Reuters sob condição de anonimato, embora não tenham especificado o local exato onde a operação ocorreu.
O incidente ocorreu poucos dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um "bloqueio total e completo" contra "todas as embarcações petrolíferas sancionadas que entram e saem da Venezuela".
Esta ação seria a segunda apreensão de um petroleiro perto da Venezuela nas últimas semanas e ocorre em um contexto de crescente presença militar dos Estados Unidos na região.
Posteriormente, o próprio governo dos Estados Unidos desclassificou imagens da apreensão do navio petroleiro frente às costas venezuelanas.
"Em uma ação antes do amanhecer desta manhã de 20 de dezembro, a Guarda Costeira dos Estados Unidos, com o apoio do Departamento de Defesa, deteve um petroleiro que estava atracado pela última vez na Venezuela", revelou a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem.
Noem afirmou que os Estados Unidos continuarão a perseguir o tráfico ilícito de petróleo autorizado, o qual vinculou ao financiamento do narcoterrorismo na região.
Por sua vez, Reuters acrescentou que, desde a primeira apreensão de um petroleiro sancionado, teria sido gerado um "embargo efetivo", com navios carregados com milhões de barris de petróleo permanecendo em águas venezuelanas para evitar o risco de serem confiscados. De acordo com a agência, a partir dessa primeira ação, as exportações de petróleo venezuelano teriam caído drasticamente.
A este cenário une-se um novo episódio.
Os Estados Unidos interceptaram o petroleiro Bella-1, com bandeira panamenha, em águas internacionais perto da Venezuela, o que representa o terceiro caso nos últimos dias.
El Bella-1 está ligado à empresa Louis Marine Shipholding Enterprises, entidade que, por sua vez, tem sido vinculada à Guarda Revolucionária do Irã.
O navio estava sancionado desde junho de 2024 pela Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
Esta seria a terceira apreensão de um petroleiro perto da Venezuela nas últimas semanas, em meio a uma notável concentração militar dos Estados Unidos na região.
O panorama descrito se insere em uma campanha de pressão do presidente Donald Trump sobre o governo de Nicolás Maduro, que incluiria um aumento da presença militar dos Estados Unidos e ações diretas contra navios petroleiros nas proximidades da Venezuela.
Nesse contexto, Maduro alegou que o desdobramento de forças americanas busca derrubá-lo e assumir o controle dos recursos petrolíferos do país.
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