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O chanceler do regime cubano Bruno Rodríguez Parilla criticou o comitê norueguês do Prêmio Nobel da Paz, que ele qualificou como um “prêmio para aliados dóceis dos EUA.”
Rodríguez Parilla, irritado com a repercussão internacional da cerimônia de entrega do Nobel à oposicionista venezuelana María Corina Machado, criticou que o comitê seja escolhido “por um parlamento de um Estado membro da OTAN, com base na representação política partidária”, em um extenso post no X.
O Nobel da Paz se “transforma em um alto-falante contra governos que lhe são incômodos. Deixa de ser um referente moral e se torna um instrumento de soft power”, provocou o funcionário.
O chanceler reclamou que o regime tem feito lobby para as "Brigadas Médicas Cubanas", sem que o comitê do Nobel os tenha considerado.
"Sua cumplicidade com a guerra, a violência, a morte e a destruição será lembrada pelos prêmios concedidos a Henry Kissinger, Shimon Peres ou o mais recente, promovido pelo Secretário de Estado dos EUA, a quem ele pede desmedidamente uma invasão militar à Venezuela. O que diria Alfred Nobel?", acrescentou.
Além disso, acusou o comitê do Nobel de se calar "diante das ações agressivas dos EUA contra a Venezuela e ignorar a guerra econômica e a campanha de ódio contra um país que envia médicos, não bombas nem fuzileiros".
“Esse duplo padrão desqualifica suas lições de democracia”, concluiu.
O Nobel de María Corina
Esta semana, María Corina Machado viajou a Oslo para receber o Prêmio Nobel da Paz 2025, em um momento de alta visibilidade internacional e também de forte carga simbólica.
Desde lá, estabeleceu um paralelismo direto entre Venezuela, Cuba e Nicarágua, países que, segundo admitiu, sempre estiveram diante dos olhos dos venezuelanos como advertência, mas cuja experiência foi ignorada. “Dizíamos que Cuba é Cuba e Venezuela não é Cuba. E vejam como estamos agora”, afirmou na entrevista com RCN Televisión.
A líder da oposição venezuelana reconheceu que seu país cometeu um erro que hoje paga caro, que foi minimizar o peso e a influência do regime cubano na região.
“Subestimamos o que era a ameaça do regime cubano e o que significaria a perda da liberdade”, afirmou, ao relembrar os 27 anos de chavismo que levaram a Venezuela a uma das crises mais profundas de sua história.
María Corina foi recebida na última quinta-feira em Oslo cercada por uma multidão de gritos de incentivo, aplausos, manifestações de apoio e abraços de um povo que admira sua firmeza.
Segundo confirmou o presidente do Comitê Nobel Norueguês, Jørgen Watne Frydnes, a oposicionista chegou à capital norueguesa e dirigiu-se diretamente para se encontrar com sua família, após meses de perseguição e clandestinidade na Venezuela.
Antes, sua filha Ana Corina Sosa recebeu o prêmio e leu o discurso em que a dirigente agradeceu o apoio internacional e afirmou que “Venezuela voltará a respirar”.
A chegada da líder oposicionista ocorreu após uma complexa viagem fora da Venezuela, que incluiu uma travessia marítima em direção a Curaçao antes de voar para a Europa.
O deslocamento foi realizado em segredo devido ao risco de prisão por parte do regime de Nicolás Maduro.
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