PCC fecha fileiras com Maduro e acusa os EUA de “agressão fascista”



O PCC de Cuba apoia Maduro, condenando ações dos EUA como o desdobramento militar no Caribe, o bloqueio a navios e a designação da Venezuela como organização terrorista. Critica o uso político do terrorismo.

Nicolás Maduro, Raúl Castro e Miguel Díaz-CanelFoto © X / Miguel Díaz-Canel

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El Partido Comunista de Cuba (PCC) emitiu uma declaração de apoio ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela e condenou o que descreveu como uma “escalada de agressões” por parte do governo dos Estados Unidos, incluindo o desdobramento militar no Caribe, a apreensão de um navio com petróleo venezuelano e o anúncio de um bloqueio total a embarcações petrolíferas que entram e saem da Venezuela.

No texto, o PCC qualifica o governo dos Estados Unidos como “fascista” e afirma que o desdobramento militar constitui uma “flagrante violação” do Direito Internacional e da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, além de interpretá-lo como uma tentativa de “reimpor a Doutrina Monroe” na região.

A declaração também rejeita o que chama de “falsa imputação” de Washington ao associar Maduro e seu governo —que o PCC descreve como “eleito constitucionalmente”— com organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas.

Captura do Facebook

Nesse mesmo parágrafo, o PCC menciona como parte dessa escalada o “ataque e apreensão criminosa” de um navio com petróleo venezuelano, o “bloqueio total e completo” a embarcações petrolíferas e a “designação arbitrária” da Venezuela como “organização terrorista internacional”, ações que —segundo o documento— estariam articuladas para justificar interesses “intervencionistas e de dominação”.

Em relação ao seu respaldo político, o PCC reiterou seu “apoio e solidariedade inquebrantáveis” com o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), sua direção e militância, assim como com a “fusão popular, militar e policial” que, segundo o texto, é liderada por Maduro.

Além disso, o partido governante cubano convocou “partidos, movimentos sociais e forças políticas de esquerda e progressistas” a se mobilizarem para denunciar a escalada dos Estados Unidos e exigir seu fim.

A declaração encerra com uma citação atribuída a José Martí (julho de 1881) para expressar compromisso com a Venezuela: “Dê-me Venezuela em que servi-la: ela tem em mim um filho”.

O chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla também saiu neste sábado em defesa do regime de Nicolás Maduro, após os Estados Unidos designarem o Governo da Venezuela como organização terrorista estrangeira, medida que faz parte da nova ofensiva de Washington contra o chavismo.

Através de sua conta no X (antes Twitter), Rodríguez classificou a designação do Departamento de Estado como um “ato arbitrário, fraudulento, unilateral e politicamente motivado”, e acusou a administração americana de “manipular o terrorismo como arma política”.

“Que moral tem o governo dos Estados Unidos para essas designações, quando protege e financia organizações terroristas em seu território, se recusa a colaborar com países vizinhos como Cuba em matéria de terrorismo e fala abertamente sobre ações encobertas e sabotagens da CIA contra infraestruturas venezuelanas?”, escreveu o ministro de Relações Exteriores do regime cubano.

A reação do ministro cubano ocorre um dia depois que o presidente Donald Trump anunciou novas sanções contra familiares e aliados de Nicolás Maduro e Cilia Flores, a quem Washington acusa de fazer parte de uma “estrutura de narcocorrupção que sustenta o regime ilegítimo de Caracas”.

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