Patana volta a ficar à deriva na baía de Santiago de Cuba meses depois de ter sido resgatada



É a mesma patana que em agosto começou a afundar em frente à alameda e que, devido à pressão da população, foi resgatada e cedida à Oficina do Conservador.

Patana à deriva patana na baía de Santiago de CubaFoto © Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

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Uma patana localizada no malecón de Santiago de Cuba voltou a protagonizar um incidente nas últimas horas, ao ficar à deriva em frente à costa, apesar de ter sido resgatada anteriormente após um processo de reflotamento e reparo parcial.

A informação foi divulgada pelo jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada através de uma publicação no Facebook, onde denunciou o novo episódio como uma demonstração do abandono e da falta de gestão sobre uma embarcação que poderia ter utilidade para a cidade.

Segundo Mayeta, trata-se da mesma patana que meses atrás foi denunciada pelo seu estado de semi-afundamento em frente à alameda santiaguera e que, após a pressão da população nas redes sociais, foi resgatada e colocada sob a suposta administração da Oficina do Conservador da Cidade.

Foto: Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

No entanto, o resultado, afirmou, foi "mais do mesmo", já que a embarcação terminou novamente fora de controle nas águas à vista de todos.

De acordo com as informações recebidas pelo jornalista, a patana se deslocou à deriva na baía santiaguera e, pouco depois, começou a ser rebocada novamente para o local onde estava anteriormente.

Captura do Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

Nesse ponto, permanece agora sem um uso definido, aguardando uma solução que permita devolver-lhe alguma funcionalidade.

Mayeta lembrou que a estrutura foi, em seu tempo, um centro gastronômico e que esse projeto terminou frustrado, como outros negócios estatais, por problemas de administração e falta de visão.

Em sua publicação, o comunicador apontou que o destino da embarcação seria diferente se estivesse sob gestão privada, com investimento, design e um serviço estável que permitisse transformá-la em um espaço atraente para residentes e visitantes.

Enquanto isso, alertou que, sob o esquema atual, continuará sendo um elemento abandonado e potencialmente perigoso na baía.

O novo incidente gerou inúmeras reações entre os usuários que comentaram a postagem.

Alguns expressaram sua frustração com frases como "o que não está à deriva neste país?".

Vários santiagueros lamentaram o deterioro de instalações emblemáticas da cidade, mencionando parques, espaços recreativos e centros gastronômicos que, segundo afirmaram, vêm se destruindo pela falta de manutenção.

Outros usuários recorreram ao humor para descrever a cena, sugerindo até que a patana "quer emigrar".

O episódio ocorre após uma longa sequência de acontecimentos relacionados a esta mesma embarcação.

O passado 6 de agosto, a patana colapsou em frente ao malecón de Santiago de Cuba, na altura da Alameda, após meses de deterioração sem manutenção, até ficar parcialmente afundada na baía.

Naquele momento, vizinhos e ativistas alertaram sobre a perda de uma infraestrutura que poderia ter sido reabilitada para o transporte marítimo ou como espaço recreativo, em uma cidade com uma baía navegável e no meio de uma profunda crise energética e de transporte.

Após a divulgação de imagens e denúncias nas redes sociais, as autoridades iniciaram as operações de resgate.

Dias depois, foi informado que a patana havia sido reflutada na sua totalidade e que começaria uma segunda fase de trabalhos, consistente na soldagem de fissuras internas para seu deslocamento para as instalações do estaleiro, onde receberia restauração e manutenção.

Naquele momento, foi anunciado o objetivo de devolvê-la à cidade como um espaço funcional, inclusive como embarcação-restaurante.

O fato de que a patana tenha voltado a ficar à deriva reacende as perguntas que já eram levantadas desde seu primeiro afundamento: quem responde pelo seu estado atual, qual é o plano real para seu uso e até quando será desperdiçado o potencial da baía santiaguera como alternativa em um contexto marcado pela escassez de transporte urbano e pelas dificuldades energéticas.

Para muitos habitantes da cidade, este novo incidente reforça a percepção de que as soluções têm sido temporárias e que os problemas estruturais de gestão continuam sem resolução.

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