A estratégia de Marco Rubio para Cuba e Venezuela: “Se Maduro cair, o regime cubano também cairá.”



Rubio, filho de emigrantes cubanos estabelecidos na Flórida desde antes do triunfo da revolução de 1959, transformou a relação Caracas–Havana no eixo central de sua política em relação à América Latina.

Marco RubioFoto © X/Secretário Marco Rubio

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, considera que debilitar o governo de Nicolás Maduro na Venezuela poderia ser o golpe decisivo contra o regime comunista cubano, segundo revelou uma extensa reportagem do The New York Times.

Rubio, filho de emigrantes cubanos estabelecidos na Flórida desde antes do triunfo da revolução de 1959, converteu a relação Caracas–Havana no eixo central de sua política em relação à América Latina.

Sua teoria, exposta tanto em público quanto em privado, sustenta que cortar o apoio econômico e de inteligência da Venezuela a Cuba provocaria um colapso político na ilha.

The New York Times descreve Rubio como um dos principais estrategistas do presidente Donald Trump na campanha de pressão militar e econômica contra o regime de Maduro.

Embora o objetivo declarado seja "restaurar a democracia venezuelana", fontes do governo reconhecem que o político republicano também busca enfraquecer o castrismo.

“Sua teoria da mudança implica cortar todo apoio a Cuba. Uma vez que a Venezuela caia, Cuba se seguirá”, declarou ao diário Juan González, ex-assessor do presidente Joe Biden para a América Latina.

Em entrevistas anteriores, Rubio foi claro: “Tudo o que for ruim para uma ditadura comunista é algo que eu apoio.”

Segundo ex-assessores citados pelo jornal, o senador da Flórida, que construiu sua carreira com o crescente apoio da comunidade exilada cubana, falava constantemente no Senado e com diplomatas sobre a necessidade de isolar o regime de Havana e romper sua aliança com Caracas.

A falhada revolta militar de 2019 na Venezuela reforçou suas suspeitas. Relatórios de inteligência dos Estados Unidos apontaram que agentes cubanos alertaram Nicolás Maduro sobre a tentativa de levante, o que permitiu ao ditador venezuelano esmagá-la rapidamente.

“O único golpe é o que Cuba realiza em apoio ao ditador Maduro”, escreveu então Rubio nas redes sociais.

Nos últimos meses, Washington intensificou suas operações militares no Caribe e aumentou as sanções a funcionários de ambos os países.

O próprio Trump exigiu por telefone a Maduro que abandone o poder, enquanto a Casa Branca ordenou a apreensão de um navio com petróleo venezuelano destinado a Cuba.

Para Rubio e seus aliados republicanos, entre eles o senador Lindsey Graham, essas medidas fazem parte de uma estratégia de longo prazo: “Se Maduro cair, poderemos nos concentrar em Cuba, um dos regimes mais opressivos do nosso quintal”, escreveu Graham na sexta-feira no X.

No entanto, especialistas alertam que o regime cubano sobreviveu a décadas de sanções e isolamento.

Apoiado por Rússia e China, o governo de Miguel Díaz-Canel e Raúl Castro continua resistindo, embora cada vez com menos recursos e com um crescente descontentamento social dentro da ilha.

Enquanto a administração Trump intensifica sua aposta na Venezuela, Rubio mantém seu objetivo intacto: asfixiar economicamente Havana para provocar a queda do castrismo.

Sua mensagem é clara e direta: sem Maduro, Cuba fica sem oxigênio, indica.

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