Chanceler cubano critica o tratamento a migrantes nos EUA enquanto o regime reprime e encarcerra o povo



Bruno Rodríguez condenou a "caça aos migrantes" nos Estados Unidos, enquanto em Cuba manifestantes são encarcerados e cidadãos "ilegais" são deportados dentro do próprio país.

Bruno Rodríguez acusa os EUA de “caça a migrantes”.Foto © Collage Cubadebate e Facebook/Yosmany Mayeta

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O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, criticou severamente nesta quinta-feira o tratamento recebido pelos migrantes nos Estados Unidos, o qual qualificou como uma “caçada” que afeta numerosos cubanos naquele país.

Em uma publicação em sua conta oficial do X, Rodríguez afirmou que os migrantes “são traídos e abandonados por aqueles que os incentivaram a migrar sob falsas promessas eleitorais”, e denunciou que muitos são “capturados, agredidos e deportados à força para terceiros países”.

No entanto, suas declarações são cínicas, pois o regime que representa mantém encarcerados centenas de manifestantes do 11J, ativistas pacíficos, jornalistas e opositores.

Além disso, vale a pena lembrar que enquanto o chanceler acusa Washington de maltratar migrantes, na ilha continuam as detenções arbitrárias, os julgamentos políticos e a repressão àqueles que exigem liberdade e melhores condições de vida.

A esse contraste se soma outra paradoxa: em Cuba, as próprias autoridades deportam pessoas de outras províncias que residem em Havana "ilegalmente", aplicando controles internos que impedem os cidadãos de se moverem livremente dentro do país.

“A caça a opositores e dissidentes políticos cubanos tem sido muito pior durante 66 anos”, comentou um internauta em resposta à mensagem do chanceler.

Outro usuário do X destacou: “A caça aos que protestam contra a ditadura em Cuba é uma realidade que muitos cubanos enfrentam naquele país.”

Organizações de direitos humanos, como Prisoners Defenders e Justiça 11J, documentaram que mais de mil presos políticos continuam atrás das grades em Cuba por motivos de consciência ou por participarem de protestos pacíficos.

O contraste entre as palavras do chanceler e a realidade cubana volta a evidenciar o duplo discurso do regime, que tenta projetar para o exterior uma imagem de preocupação humanitária enquanto ignora as violações de direitos dentro do país.

Nesse mesmo tom, Rodríguez recentemente reacendeu a polêmica ao acusar os Estados Unidos de “infundir medo” entre os cubanos que vivem nesse país e de ameaçar congelar ou fechar suas contas bancárias.

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