Mais de 100 detidos pelo ICE em uma semana na operação Catahoula Crunch em Nova Orleans



Operativo Catahoula Crunch do ICE em Nova Orleans detém 111 pessoas em uma semana, afetando a comunidade hispânica. Governo federal critica políticas locais de "cidade santuário".

Arresto do ICEFoto © ICE

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Já mais de 100 pessoas foram detidas na operação Catahoula Crunch desencadeada pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE) em Nova Orleans.

Na primeira semana da operação do governo Trump, os agentes de fronteira prenderam 111 pessoas, informou nesta sexta-feira Telemundo.

As prisões são menores em comparação a outras operações, como as 400 detenções da ofensiva migratória de cinco dias em Charlotte, Carolina do Norte, segundo dados oficiais.

A ofensiva do ICE na cidade sulista deixou ruas vazias, estacionamentos semi-vazios e a quase total ausência de trabalhadores hispânicos em áreas comerciais, refletindo o temor que se apoderou da comunidade imigrante desde o início da operação migratória.

A pressão policial e a presença de agentes federais - incluindo o ICE, a Patrulha Fronteiriça e autoridades estaduais - têm levado milhares de residentes a evitarem sair de suas casas, enquanto os primeiros arrestos já foram relatados na cidade e nos subúrbios próximos.

Há uma semana, o Departamento de Segurança Nacional (DHS) anunciou oficialmente o início de “Catahoula Crunch”, uma operação voltada -segundo a agência- para "estrangeiros indocumentados criminosos que saíram da prisão e retornaram a comunidades americanas".

Em seu comunicado, o Governo acusou Nova Orleans de manter políticas de “cidade santuário” que, segundo afirma, permitem a libertação de pessoas indocumentadas com antecedentes criminais.

A subsecretária do DHS, Tricia McLaughlin, afirmou que as políticas locais obrigam os agentes federais a "arriscar suas vidas" para capturar pessoas que "nunca deveriam ter voltado às ruas".

Segundo a funcionária, a operação tem entre seus objetivos pessoas que já haviam sido detidas por invasão de domicílio, roubo à mão armada, roubo de veículos e violação.

O Governo federal afirma que a operação responde a um aumento de casos em que Nova Orleans não teria cumprido as ordens de detenção emitidas pelo ICE.

O FBI e a Polícia Estadual da Louisiana anunciaram uma iniciativa paralela para “dissuadir ataques” contra agentes federais e evitar qualquer tentativa de obstrução durante as operações.

A colaboração entre agências locais, estaduais e federais faz parte de um desdobramento mais amplo que, segundo a AP, poderia visar a detenção de até 5.000 pessoas, seguindo a estratégia de prisões em massa promovida pela administração Trump.

Embora Nova Orleans tenha sido classificada pelo governo federal como uma "jurisdição santuário", a Legislatura da Louisiana - dominada por republicanos - aprovou leis que endurecem a cooperação obrigatória com o ICE.

Entre elas, a penalização de qualquer ação que interfira em operações migratórias, a ampliação do crime de prevaricação para funcionários que não colaborem com o ICE, e a proibição de liberar pessoas que tenham ingressado ou permanecido ilegalmente no país sem antes notificar as autoridades federais.

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