Esperança para milhares de cubanos! Corte federal pode liberar a residência para quem possui I-220A



A corte ainda não anunciou seu veredicto, mas o advogado José Guerrero, que esteve presente na audiência, disse que as notícias “podem ser muito favoráveis” para aqueles que estão em um “limbo migratório”.

Cubanos com I220AFoto © Captura da Telemundo 51

A comunidade de cubanos com o documento migratório I-220A recebeu nesta sexta-feira um sinal de esperança após a audiência de argumentos orais realizada na Corte de Apelações do 11.º Circuito, um passo crucial em uma batalha legal que pode influenciar o futuro migratório de milhares de pessoas nos Estados Unidos.

Segundo informou o jornalista Javier Díaz, da Univisión, na audiência o advogado de imigração Mark Prada apresentou um recurso para argumentar que muitos cubanos foram mal processados e que o Governo deveria ter concedido o parole, em vez de documentá-los com uma I-220A, situação que os mantém em um “limbo migratório”.

A corte ainda não anunciou seu parecer, mas o advogado José Guerrero, que esteve presente na audiência, disse que a apresentação foi “magistral” e que “o governo ficou sem argumentos”, por isso as notícias “podem ser muito favoráveis” para aqueles que estão em um “limbo migratório”.

Durante a audiência, os juízes pressionaram o Governo sobre suas posições e, segundo a interpretação do advogado, o próprio Governo teria reconhecido pela primeira vez —em termos gerais— que houve problemas na forma como esses casos foram processados, embora mantenha que não foi concedido parole e que isso impediria contar para a lei.

De acordo com Prada, não haverá mais audiências: os três juízes deliberarão e então emitirã uma decisão com sua explicação, que pode levar semanas, meses ou mais, sem um prazo definido.

Captura de Facebook

O caso foi apresentado por duas mulheres cubanas - uma delas de sobrenome Labrada Hechavarría - a quem foi negada a residência permanente com base em uma decisão anterior — Cabrera Fernández (2023) — que estabeleceu que o documento I-220A não equivale a um parole e, portanto, não concede elegibilidade para a Lei de Ajuste Cubano.

A defesa sustenta que essa interpretação está incorreta e que, durante a administração Biden, muitos cubanos que entraram pela fronteira sul foram erroneamente classificados pelo ICE, ficando em um limbo legal.

O objetivo é que o tribunal reconheça que os portadores de I-220A têm um status similar ao parole e, portanto, possam se beneficiar da Lei de Ajuste Cubano.

Um julgamento favorável às demandantes poderia criar um precedente com impacto potencial para dezenas de milhares de cubanos que cruzaram a fronteira sul entre 2021 e 2023 e receberam um I-220A em vez de um parole.

O veredicto ainda pode demorar semanas ou meses, mas a audiência gerou expectativa entre os cubanos e advogados em Miami.

A Lei de Ajuste Cubano (vigente desde 1966) permite solicitar a residência permanente após um ano e um dia de presença física nos Estados Unidos, desde que a pessoa tenha sido admitida ou tenha recebido um parole.

Os portadores de I-220A foram excluídos devido a interpretações restritivas, e a decisão que se espera poderia “definir o caminho para a residência” para milhares de cubanos.

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