EUA lança nova ofensiva contra Maduro: sanciona os “narcosobrinos” e empresas petrolíferas



O Departamento do Tesouro impôs sanções a familiares de Cilia Flores e a seis empresas do setor petrolífero venezuelano, em uma nova medida de pressão contra o regime de Nicolás Maduro.

Nicolás Maduro e Donald TrumpFoto © X

Vídeos relacionados:

A Administração Trump anunciou nesta quinta-feira uma nova rodada de sanções contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, visando os chamados “narcosobrinos” da primeira-dama Cilia Flores e várias empresas petrolíferas internacionais ligadas a supostas operações de contrabando de petróleo venezuelano.

Segundo um comunicado do Departamento do Tesouro, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) sancionou três sobrinhos da esposa de Maduro —Efraín Antonio Campo Flores, Franqui Francisco Flores de Freitas e Carlos Erik Malpica Flores— além de um empresário panamenho e seis empresas de navegação que transportam petróleo venezuelano para a Ásia e outras regiões.

“Nicolás Maduro e seus criminosos associados estão inundando os Estados Unidos com drogas que envenenam nosso povo”, declarou o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

“Sob a liderança do presidente Trump, estamos responsabilizando o regime e seu círculo de cúmplices por seus contínuos crimes”, expressa o comunicado.

El Tesoro destacó que estas sanciones revogam as medidas de alívio impuestas durante la Administración Biden, que había liberado a los “narcosobrinos” como parte de un intento de negociación con el régimen chavista.

Campo y Flores de Freitas, sobrinos de Cilia Flores, foram presos em Haiti em 2015 e condenados nos Estados Unidos por narcotráfico, mas foram indultados em 2022.

De acordo com o relatório, ambos retomaram suas operações de tráfico de drogas após retornar à Venezuela.

O terceiro sobrinho sancionado, Carlos Erik Malpica Flores, foi tesoureiro nacional da Venezuela e vice-presidente da PDVSA.

Habia sido retirado da lista de sancionados em 2022, mas foi redesignado por sua participação ativa no aparato econômico do regime.

OFAC também sancionou o empresário panamenho Ramón Carretero Napolitano, acusado de colaborar com a família Maduro-Flores em contratos petrolíferos e de transporte marítimo.

O comunicado detalha que Carretero facilitou a exportação de petróleo venezuelano através de empresas de fachada e navios registrados em países terceiros.

Seis companhias marítimas foram incluídas na lista de sanções por participarem da evasão de restrições do setor petrolífero venezuelano:

  • Myra Marine Limited (Ilhas Marshall), proprietária do navio White Crane.
  • Arctic Voyager Incorporated (Ilhas Marshall), proprietária do navio Kiara M.
  • Poweroy Investment Limited (Ilhas Virgens Britânicas), operadora do navio H. Constance.
  • Ready Great Limited (Ilhas Marshall), proprietária do navio Lattafa.
  • Sino Marine Services Limited (Reino Unido), gestor do navio Tamia.
  • Full Happy Limited (Ilhas Marshall), operadora do navio Monique.

Todos os ativos dessas entidades nos Estados Unidos foram bloqueados pela OFAC, e as empresas americanas têm proibição de realizar transações com elas.

As sanções visam interromper o fluxo financeiro que sustenta o “regime ilegítimo de Maduro”, de acordo com a nota oficial.

Washington acusa o governo venezuelano de usar o petróleo como fonte de financiamento para redes de narcotráfico, corrupção e repressão interna.

O Tesouro lembrou que a PDVSA foi bloqueada em 2019 sob a ordem executiva 13850 e que, desde então, o governo dos Estados Unidos sancionou mais de 200 indivíduos e entidades ligadas ao chavismo.

“O objetivo das sanções não é punir, mas provocar uma mudança positiva de comportamento. Maduro deve escolher entre continuar seu caminho criminal ou devolver a democracia ao povo venezuelano”, acrescentou Bessent.

A nova ofensiva contra Caracas também afeta Cuba, um dos principais aliados do regime venezuelano.

Especialistas apontam que a redução do fornecimento de petróleo subsidiado pode agravar a crise energética cubana e desfavoravelmente afetar os acordos bilaterais entre Havana e Caracas.

Enquanto isso, a Rússia e a China criticaram a decisão de Washington, qualificando-a como “uma interferência ilegal nos assuntos internos da Venezuela”.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.