Johana Tablada é nomeada embaixadora por Díaz-Canel

A designação de Johana Tablada como embaixadora reflete a continuidade na política externa cubana, centrada em premiar a fidelidade política. Seu destino continua sendo um segredo.

Mantém-se em segredo detalhes sobre o novo destino da funcionáriaFoto © Facebook/Johana Tablada

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A designação como embaixadora da subdiretora geral dos Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores (Minrex), Johana Tablada, durante uma cerimônia nesta sexta-feira presidida pelo governante Miguel Díaz-Canel e pelo chanceler Bruno Rodríguez, reflete o uso do serviço exterior como prêmio à fidelidade política.

Durante o ato, Díaz-Canel anunciou a condecoração a trabalhadores do Minrex, exaltando seu “amor e dedicação à pátria”, conforme publicado na rede social X.

No mesmo ato, juramentou Tablada como embaixadora, sem especificar o país onde assumirá funções.

Por sua parte, Rodríguez também celebrou a cerimônia na própria rede social e enviou um “abraço caloroso” à funcionária.

Em sua mensagem, voltou a exaltar a chamada “diplomacia revolucionária”, uma etiqueta utilizada pelo regime para encobrir a subordinação política de seu corpo diplomático.

A própria Tablada expressou em sua conta no Facebook sentir-se “honrada e emocionada” pelo seu nomeação como embaixadora e segunda chefe de missão, junto com Eugenio Martínez (embaixador e chefe de missão), embora tenha evitado revelar publicamente o destino de sua nova responsabilidade.

Captura de Facebook/Johana Tablada

Quando uma usuária, aparentemente próxima, perguntou em seu perfil de que missão se tratava, a funcionária respondeu que diria em privado porque “ainda não é público”.

Captura do Facebook/Johana Tablada

Assim, nos comentários, seu irmão, o arquiteto Abel Tablada de la Torre, desejou-lhe sucesso na nova missão "nesse sempre querido país vizinho”, o que alimenta o secretismo em torno do cargo.

Captura de Facebook/Johana Tablada

Na mesma cerimônia, foram homenageados outros diplomatas, como Carlos Zamora, Luis Mariano Fernández e Hilda Realin, além de Joel Concepción, por suas atuações em cenários na Síria e no Haiti.

A designação de Tablada confirma a linha de continuidade na política externa do regime, mais focada em reforçar a obediência ideológica do que em tornar transparente a ação diplomática em um momento de crescente isolamento internacional.

Tablada tem sido uma das porta-vozes do regime que mais enfaticamente criticou o Encarregado de Negócios dos Estados Unidos em Havana, Mike Hammer, acusando-o de mentir, promover a desestabilização interna e violar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

A seu ver, Hammer mentiu “conscientemente” sobre a situação do país e apontou que suas declarações em Miami —onde afirmou que “a revolução falhou” e que os cubanos responsabilizam o regime pela crise— fazem parte de uma estratégia de desestabilização.

Em junho, a funcionária atacou o diplomata americano devido à sua visita a San Antonio de los Baños, local que se tornou um símbolo dos protestos de 11 de julho de 2021 (11J).

No entanto, no próprio mês, Tablada viajou para Washington D.C. para fazer exatamente o que reprocha a Mike Hammer em Cuba: reunir-se com pessoas e grupos da sociedade civil.

A até agora subdirectora geral de Estados Unidos do Minrex que rejeitou as polêmicas declarações da ministra do Trabalho, Marta Elena Feitó, sobre a suposta existência de “mendigos disfarçados” na nação.

Também elogiou a reação de Díaz-Canel, que se distanciou do escândalo e declarou que “não se pode criminalizar a pobreza”.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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