Johana Tablada faz nos EUA o que reprova a Mike Hammer em Cuba: reunir-se com setores sociais

Johana Tablada, funcionária do MINREX, criticou em Washington as políticas de Trump e acusou o diplomata Mike Hammer de ingerência em Cuba, apesar de realizar atividades semelhantes nos EUA.

Johana Tablada de la Torre em Washington DCFoto © MINREX

A subdiretora-geral dos Estados Unidos do MINREX, Johana Tablada de la Torre, viajou a Washington DC para fazer exatamente o que reprova a Mike Hammer em Cuba: reunir-se com setores sociais.

A funcionária diplomática do regime participou de um bate-papo com “amigos e organizações de solidariedade com Cuba” sobre “as relações entre Cuba e os Estados Unidos”, conforme consta em uma nota do Ministério das Relações Exteriores cubano (MINREX).

De acordo com as informações, Tablada dedicou-se a criticar as novas medidas tomadas pela Administração Trump, as quais qualificou de “extremas e desumanas”.

No conversatório, que ocorreu em um local que parece ser um auditório, mas que a nota do MINREX não especifica, a funcionária se referiu a "programas de ingerência nos assuntos internos de Cuba", o que parece ser uma alusão às reuniões com a sociedade civil do chefe da missão diplomática americana.

Além disso, Tablada afirmou que o regime deseja “desenvolver melhores relações com os Estados Unidos”.

Tablada tem sido uma das porta-vozes do regime que com maior ênfase criticou o Encarregado de Negócios dos Estados Unidos em Havana, Mike Hammer, acusando-o de mentir, promover a desestabilização interna e violar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

Esta semana, Tablada de la Torre lançou um alerta direto: a Hammer “ninguém deve confundir a paciência que Cuba teve frente a esse tipo de atos, com fraqueza”.

Suas declarações  foram incluídas em um vídeo promocional publicado pelo meio oficialista Prensa Latina, mas foram eliminadas da versão final. O corte dessa parte do material sugere que o conteúdo excedia o tom diplomático habitual e poderia induzir a mal-entendidos ou escalar o conflito bilateral.

Antes, a diplomática também assegurou que Hammer mentiu “conscientemente” sobre a situação do país e que suas declarações em Miami —onde afirmou que “a revolução falhou” e que os cubanos responsabilizam o regime pela crise— fazem parte de uma estratégia de desestabilização.

O Departamento de Estado dos EUA defendeu o diplomata, assegurando que seu trabalho é legítimo e se enquadra no direito internacional. “Apoiar o povo cubano não é um crime”, declarou uma porta-voz oficial. Washington reiterou seu compromisso com os direitos humanos e com a sociedade civil cubana.

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