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A pesquisadora, crítica teatral e dramaturga Esther Suárez Durán levantou sua voz em defesa dos estudantes universitários que recentemente denunciaram a ETECSA por aprofundar as desigualdades sociais na ilha.
Em uma publicação compartilhada em redes sociais, Suárez apoiou abertamente as críticas dos jovens e responsabilizou o governo por usar a empresa estatal para isolar os cidadãos e perpetuar a exploração do povo.
“A decisão não foi de uma empresa (ETECSA), é uma decisão governamental… continuar explorando o nosso povo”, denunciou a intelectual.
Los estudantes universitários cubanos se rebelaram contra as novas medidas tarifárias da ETECSA, anunciadas no dia 30 de maio, expondo-se a pressões e chantagens por parte da Segurança do Estado e das autoridades universitárias, assim como de alguns professores. Em suas reivindicações, acusaram a empresa estatal de “legitimar a desigualdade social”, enquanto se veem obrigados a resistir em condições precárias.
“É a hora de Cuba”, escreveu Suárez, ao final de um extenso pronunciamento no qual denuncia que a medida da ETECSA não responde a uma decisão empresarial, mas sim política, e é motivada por duas razões: isolar ainda mais os cidadãos e continuar explorando o povo cubano.
“Tornar-nos mendigos é a melhor maneira de nos tornarmos escravos”, alerta a também roteirista de rádio e televisão, em uma crítica direta ao modelo econômico dependente que o governo promove, onde o controle dos recursos limita as liberdades.
Suárez lembrou o papel histórico da Federação Estudantil Universitária (FEU) e de outros movimentos juvenis que, no passado, conseguiram mudar o curso da história em Cuba. “Toda vez que um setor se unia em sua batalha social e/ou política, o resto da sociedade se tornava temido para o governo de turno”, aponta.
Con um tom direto e sem concessões, a intelectual fez um apelo a pais, amigos, vizinhos e organizações sociais para apoiar o movimento estudantil. “Temos economistas e cientistas sociais dignos e bem identificados em suas propostas”, disse, enfatizando a existência de uma sociedade civil legítima que foi historicamente desconhecida pelo Estado.
Também fez referência à Assembleia de Cineastas Cubanos, liderada pelo renomado diretor Fernando Pérez e da qual é membro, como exemplo desse despertar cidadão.
“Fora o medo. Fora os parasitas”, concluiu, reafirmando sua aposta em uma Cuba que inclua a todos e na qual predomine o bem coletivo: “uma Pátria com todos e para o bem de todos”.
Em meio à crescente tensão social, o gesto de Suárez Durán se une ao de outros cidadãos que, de diferentes trincheiras, estão rompendo o cerco do silêncio para defender o direito à protesto, à livre expressão e ao futuro dos jovens cubanos.
Perguntas frequentes sobre o conflito da ETECSA e os estudantes cubanos
Por que os estudantes universitários em Cuba estão protestando contra a ETECSA?
Os estudantes universitários estão protestando contra a ETECSA devido ao aumento das tarifas de internet, o que consideram um "aumento tarifário injustificável". As novas tarifas limitam as recargas em moeda nacional e obrigam a pagar em dólares, o que dificulta o acesso à internet para estudar, trabalhar e se comunicar. Essa situação gerou uma paralisação acadêmica e um amplo rejeição social, uma vez que é percebida como uma aprofundamento das desigualdades sociais na ilha.
Qual é a postura da intelectual Esther Suárez Durán sobre essa situação?
Esther Suárez Durán expressou seu apoio aos estudantes e criticou o governo cubano, afirmando que as medidas da ETECSA não são decisões empresariais, mas políticas, com o objetivo de isolar os cidadãos e perpetuar a exploração do povo. Suárez fez um apelo à sociedade civil para apoiar os estudantes em sua luta pelo acesso justo às telecomunicações.
Que ações os estudantes universitários tomaram em resposta ao aumento de tarifas da ETECSA?
Os estudantes universitários organizaram uma paralisação acadêmica como forma de protesto pacífico contra as novas tarifas da ETECSA. Além disso, emitiram comunicados exigindo a revogação das medidas e a renúncia do presidente da Federação Estudantil Universitária (FEU), Ricardo Rodríguez González, acusado de não representar os interesses do corpo estudantil. Os protestos têm recebido apoio de diversas faculdades e personalidades acadêmicas, tanto dentro quanto fora de Cuba.
Como o governo cubano reagiu às manifestações estudantis?
O governo cubano tem mantido uma postura inflexível diante das protestas estudantis, reafirmando a necessidade das medidas tarifárias da ETECSA e acusando os estudantes de serem manipulados por inimigos da Revolução. O presidente Miguel Díaz-Canel declarou que não haverá volta atrás no aumento das tarifas, argumentando que é necessário para evitar um colapso tecnológico. Essa resposta foi percebida como uma criminalização da dissidência e gerou um maior descontentamento entre os estudantes.
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