María Elvira defende imigrantes sem delitos nos EUA: “Não deveriam pagar justos por pecadores”

A postura da congressista contrasta com as políticas impulsionadas pela administração Trump, que recentemente reiterou seu compromisso de endurecer as medidas contra imigrantes indocumentados.


A congressista cubano-americana María Elvira Salazar manifestou seu apoio aos imigrantes indocumentados sem antecedentes criminais nos Estados Unidos, argumentando que não deveriam ser punidos pelas ações de quem comete crimes.

Em declarações recentes publicadas em sua conta no X, a representante republicana da Flórida destacou seu apoio à política migratória do presidente Donald Trump. De acordo com a congressista, a atual administração “está tentando limpar o que aconteceu nos últimos quatro anos”, referindo-se aos quase 10 milhões de pessoas que entraram pela fronteira durante o governo do ex-presidente Joe Biden (2021-2025).

Nesse sentido, dentro dessa medida serão incluídos tanto imigrantes que buscam uma vida melhor quanto aqueles que infringem a lei, pelo que Salazar destacou que “é verdade que os justos vão pagar pelos pecadores e os justos não deveriam pagar”.

Salazar se declarou uma das poucas vozes no Congresso que defendem a imigração nos Estados Unidos. Em sua posição atual promoveu propostas que buscam regularizar o status de imigrantes indocumentados com bom comportamento, ao mesmo tempo em que defende um endurecimento das políticas de fronteira para conter a imigração ilegal.

"Eu enviei uma carta à administração (Trump) dizendo para ter cuidado com os cubanos com I-220A, com os nicaraguenses, venezuelanos, haitianos e cubanos que têm Estatus de Proteção Temporária (TPS) e para ter cuidado com aquelas pessoas que estão há mais de cinco anos neste país, que têm contribuído para a economia, que não têm antecedentes criminais, que têm filhos americanos, que têm pago impostos, que estão trabalhando, ajudando a economia, que não os toque", afirmou.

A congressista acrescentou, insistindo na crítica à administração anterior que "é preciso entender que os quatro anos passados trouxeram esses furacões, que nunca deveriam ter acontecido porque há quatro anos se falava sobre os children dreams, sobre os children data, sobre os pais, do TPS e tudo isso poderia ser resolvido, mas então surge o problema da fronteira, que é um dilúvio, e isso tira da mesa o que realmente importa".

Recentemente, Salazar disse que retomaria uma lei que apresentou em maio de 2023, conhecida como Lei "Dignidade", uma proposta de reforma migratória que busca oferecer um caminho para a legalização para imigrantes sem antecedentes criminais que tenham residido e trabalhado nos EUA por pelo menos cinco anos.

Este projeto, conforme explicou Salazar, permitiria que esses imigrantes obtivessem um status legal temporário em troca de pagar impostos, contribuir a um fundo de segurança nas fronteiras e cumprir com requisitos de bom comportamento.

"We must find realistic and humane solutions for those who have contributed to our economy and society without breaking the law. We cannot put everyone in the same bag", he added, insisting that Congress must act urgently to reform the immigration system.

Além disso, Salazar intercedeu a favor dos cubanos que se encontram nos EUA com I-220A, uma medida concedida a milhares de migrantes que não receberam um status migratório definitivo.

A congressista solicitou que esses casos sejam considerados com maior flexibilidade, instando o governo a lhes dar a oportunidade de regularizar sua situação. "Esses cubanos chegaram em busca de liberdade e não devem ser enviados de volta à ditadura que os oprime", enfatizou.

No entanto, sua postura gerou críticas dentro e fora da comunidade cubana. Recentemente, , o que provocou um debate sobre seu verdadeiro nível de compromisso com a comunidade migrante.

As críticas aumentaram entre os cubanos afetados, que expressaram seu descontentamento com Salazar através de redes sociais e meios de comunicação.

Em uma mensagem direta, alguns migrantes lhe reclamaram: "María Elvira, você vai permitir que nos deportem?", exigindo uma postura mais firme em defesa de sua situação.

Outros questionaram se ela realmente está comprometida com a comunidade cubana ou se suas ações respondem apenas a interesses políticos.

A postura da congressista contrasta com as políticas promovidas pela administração Trump, que recentemente reiterou seu compromisso de endurecer as medidas contra os imigrantes indocumentados.

Desde a equipe de Trump, ficou claro que "todos os imigrantes ilegais serão uma prioridade para a deportação", o que gerou incerteza entre milhares de pessoas que se encontram nos EUA sem um status migratório definido.

Além disso, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, enfatizou que as pessoas se tornam “por definição criminosas” ao entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

Nesta mesma linha, a administração de Trump anunciou uma pausa nos trâmites de residência permanente para certos migrantes, o que complicou ainda mais a situação para aqueles que buscam regularizar seu status.

Essas medidas intensificaram o debate migratório no país e colocaram no centro da discussão a necessidade de uma reforma integral que diferencie entre imigrantes com antecedentes criminais e aqueles que contribuem para a sociedade.

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